O tema para o Desafio Literário Popoca de julho é uma Graphic Novel! Não poderíamos esquecer do clássico de Alan Moore e Dave Gibbons, tão relevante para as histórias em quadrinhos quanto maltratado em outras mídias. Após um filme medíocre, Watchmen chegou a gerar uma sequência desnecessária nos gibis e uma produção da HBO que ainda não deixou sua própria impressão.

Watchmen surgiu como algo que ainda influi muitas outras Graphic Novels que vieram: como seria um universo com supereseres, mas com problemas humanos? No caso, o único superpoder vem do poderosíssimo Dr. Manhattan, mas há diversos personagens que usam tecnologia fantástica. Moore tomou o cuidado de estabelecer um universo em que a história não seguiu exatamente seu rumo, com mudanças sutis mas importantes. A série foi premiada com Prêmios Kirby e Eisner, incluindo o de “Melhor Minissérie”, além de uma honraria especial no tradicional Prêmio Hugo, voltado à literatura.

Watchmen também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923. A trama ocorre em 1985, os EUA vivem um momento delicado no contexto da Guerra Fria e quase declarando uma guerra nuclear contra a União Soviética. Ao mesmo tempo, um grupo de super-heróis do passado e do presente precisam lidar com o misterioso assassinato de um deles: o assustador Comediante.

A história retrata os super-heróis como indivíduos com problemas éticos, psicológicos, neuroses e defeitos, fugindo dos arquétipos e super-poderes então típicos do gênero. Até hoje, a nona arte segue essa linha o que acabou mudando o que seria clichê e novidade. O próprio Moore passou a guiar seu trabalho por uma busca pelo clássico ao invés revisitar esse tipo de linha.

Originalmente, Moore pretendia usar personagens da Charlton Comics então comprados pela DC. A editora gostou da história, mas não do uso de personagens que o tornariam inutilizados, segundo a visão de Dick Giordano então editor. Por isso, o Capitão Átomo se tornou o Dr. Manhattan e o Besouro Azul virou o Coruja, Questão se tornou Rorscharch, entre outras mudanças. A Graphic Novel traz toda força criativa de Moore em uma história densa, precisa e com um final apoteótico, clímax, curiosamente, descrito pelo diretor da adaptação original como menos elegante do que a opção em que Manhattan é culpado pela destruição de uma cidade.

Nota: 10

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