‘She-Hulk’ quebra a quarta parede e traz essência da era John Byrne

Nada de 'Fleabag'! Série tem muito a ver com fase Comics da personagem nos anos 80

A quarta parede está quebrada com She-Hulk. A personagem, traduzida como Mulher-Hulk nos quadrinhos e interpretada por Tatiana Maslany (Orphan Black), ficou disponível na Disney+ nesta quinta-feira (18) e reapresentou a personagem para dezenas de fãs com toda linha da personagem de John Byrne, roteirista e desenhista que cuidou da personagem nos anos 80.

Mas quem é John Byrne e por que ele é tão importante para a Mulher-Hulk? Nos anos 80, ele colocou a super-heroína em sua fase do Quarteto Fantástico e ganhou o direito de ter uma fase solo da sua personagem favorita numa revista mensal. Entre os grandes momentos, a Mulher-Hulk ou She-Hulk (a personagem chegou a ganhar apelidos como Hulkosa, Hulklinda ou Hulkinha durante a série) chegou a criar muitas piadas sobre personagens como o Homem-Aranha, S.H.I.E.L.D., Toupeira, Metalóide, Dr. Bong (!), Papai Noel (!!), Navalha (!!!) em um toque absurdo que se tornou um verdadeiro clássico Marvel muito antes do sucesso de Fleabag, que chegou a ser vista como referência para a série de TV de uma forma até injusta. Afinal, Byrne teve essa ideia de quebrar a quarta parede com piadas e muitos plots a respeito. A fase chegou ao Brasil no fim dos anos 90 pela editora Abril. Mas e a série da Disney+?

Com a importante participação de Mark Ruffallo, o primeiro episódio de She-Hulk toma a iniciativa ambiciosa de explicar sua origem e diferença ao primo mais famoso. Apesar de alguma pressa, a solução é satisfatória embora se troque uma transfusão de sangue inteira por uma mera troca de gotas de sangue. Mas afinal, parece que a Disney está mesmo apressada, certo? E no geral, um pouco mais de capricho faria She-Hulk ser bem melhor.

As cenas de computação gráfica são muitas vezes dignas de um desenho animado. É um desafio fazer uma personagem tão diferente no live action, mas se a plataforma de streaming se dispôs a isso deveria ter mais critério especialmente quando Hulk e She-Hulk dividem a cena.

Tatiana Maslavi é She-Hulk em série que traz a concepção de John Byrne na plataforma de streaming
Tatiana Maslany é She-Hulk em série que traz a concepção de John Byrne na plataforma de streaming

Apesar desses problemas, em seu primeiro capítulo a série acerta na dose entre humor, heroísmo e muito feminismo. Ela não vai deixar ninguém decidir por ela, vai manter sua carreira e ainda salvar o mundo. Afinal, a Mulher-Hulk sempre foi feminista e vai por para quebrar. Queiram ou não.

Nota: 8

Confira o trailer de She-Hulk:

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