Titãs
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Segunda temporada de ‘Titãs’ é uma cilada

Os versos de Cilada, do Molejo, resumem bem o que é a segunda temporada de Titãs. No fim da primeira temporada, uma evidência real era que a produção era mais uma apresentação e um prelúdio do que uma história fechada. Havia o desejo e a indicação de que poderia ser algo realmente bom como outras séries de herói, mas era potencial e não algo concreto. Infelizmente, a segunda temporada aprofunda os problemas da primeira, não traz soluções e desperdiça tudo. Não era amor, era cilada.

Após um final apoteótico, com direito a cena pós-créditos, Titãs retoma de onde a saga parou. Os heróis estão presos numa casa cercada pelo poder do demônio Trigon (Seamus Dever), pai de Ravena (Teagan Croft), e induzidos a servi-lo. Foi uma trama desenvolvida por 13 episódios e que referencia a saga dos quadrinhos, produzida por Marv Wolvman e George Perez. É um clássico. Mas apesar disso, tudo é resolvido no primeiro episódio da segunda temporada, de forma rápida e banal. Nenhum clima envolvente acelera nossos corações.

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Banal talvez resuma o que esta etapa da série é. Da saga de Trigon, Titãs mergulha pra O Contrato de Judas, outro clássico oitentista dos personagens. Está tudo lá: a jovem traidora do grupo (ao invés de Terra, temos outra personagem), o Exterminador (Esai Morales) e… Jericó (Chella Man). Além de Grace (Chelsea T. Zhang), ambos filhos do vilão. Infelizmente, ao invés de Colméia e um trama focada em Dick Grayson (Brenton Thwaites), os episódios se centram em muitos personagens e levam a trama para reviravoltas diferentes que justifiquem uma separação.

Surgem brigas e desavenças sem força dramática, forçadas. De repente, os heróis que levaram 13 episódios para se unir estão brigados e se separam. Obviamente, a trama repete o mesmo erro para resolver este problema e reuni-los. Muito esforço para voltarmos ao mesmo lugar. Reunidos, os Titãs enfrentam o Exterminador e a resolução do problema é feita de forma apressada. Como se não houvesse 13 episódios para desenvolver um final feliz e que soasse real ao espectador.

E no meio disso tudo, surge Conner, o Superboy (Joshua Orpin), em um dos poucos bons momentos da série. Infelizmente, em meio a tantas tramas e erros, é um herói desperdiçado. Thwaites, Morales e Iain Glen (Bruce Wayne) têm as melhores atuações da produção, emprestando alguma verossimilhança a um roteiro que insiste em ser inverossímil. O restante das atuações se esforça como pode, mas não conseguem fazer dos personagens melhores do que estão escritos para ser. Que cilada, desilusão.

Com todos esses erros, Titãs ainda possui um ponto que supera a todos. A produção não tem recursos de efeitos especiais para a maioria dos superpoderes. As transformações de Gar (Ryan Potter) têm uma computação gráfica tão difícil de engolir quanto as aparições de Krypto. Cada exibição dos poderes de Ravena nos faz pensar: é uma série da Netflix ou da equipe de estágio da Pepa Filmes? Se não há condições de fazer bem feito é obrigação do roteiro ou da direção buscar outros caminhos. Ter menos personagens e menos superpoderes resolveria.

Quase morrendo de cansaço, pálido e me sentindo mal… Consegui ultrapassar os 13 episódios e chegar ao fim. Em seu desfecho, Titãs apresenta um momento interessante quando Asa Noturna (Thwaites) e Conner fazem uma espécie de duelo psíquico no Ego Espiritual de Ravena. É um conceito único da personagem dos quadrinhos e um ponto de respeito aos gibis. A série acertaria mais se apostasse nesse caminho mais vezes.

Nota: 4

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