Integrante da série de remakes em live action da Disney, Mulan divide corações. A nova dramatização da lenda da guerreira chinesa (que encantou milhões de crianças em todo o mundo com a animação de 1998) é visualmente maravilhosa. Tanto é que o filme é indicado aos Oscars de Melhor Figurino e Melhores Efeitos Visuais. E infelizmente, parece que ficará só nisso mesmo.
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O longa segue basicamente o mesmo rumo da animação, com algumas diferenças que já haviam sido noticiadas. Como o fato de não ser um musical e da ausência do adorado dragão Mushu. A parte mágica do filme fica por conta da inserção da feiticeira Xianniang (Gong Li) e dos poderes da própria Mulan (Yifei Liu). Uma forma de endossar o protagonismo feminino que a história pede, já que na animação os personagens masculinos possuem mais falas que a heroína.
O filme poderia ter gerado certa polêmica pelo fato que nem roteiristas nem diretora são de origem chinesa. Mas isso foi compensado com alguns produtores e uma bela consultoria de cultura chinesa. Não, as causas de polêmicas foram bem mais profundas. De origem política.
Mulan: Yifei Liu interpreta heroína na tela, mas deixa a desejar na vida realMulan enfrentou duas campanhas de boicote pelo mundo. Uma por causa da declaração de apoio da protagonista Yifei Liu à polícia de Hong Kong durante as manifestações pró-democráticas em 2019. E já depois do lançamento, um novo pedido de boicotes pois nos créditos finais aparece um “agradecimento especial” às autoridades de Xinjiang, noroeste da China. Região onde ocorrem violações aos direitos humanos, e onde foram rodadas algumas cenas.
Esses fatos são bastante sérios, e chega a ser contraditório que estejam ligados a um filme que traz uma mensagem de luta pela liberdade. Mas não podemos ignorar a realidade. E isso faz de Mulan um filme difícil de ser avaliado. Embora seja artisticamente maravilhoso e tecnicamente merecedor das estatuetas, é pouco provável que as leve. A Acadêmia tem evitado se embrenhar em mais polêmicas.
Lembrando que o Popoca defende a democracia e os direitos humanos.
Nota: 9
Confira o trailer:
