‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’ é o último suspiro de uma franquia esgotada

Harrison Ford se despede de personagem com foco na falta de fôlego

Lancado em junho do ano passado, Indiana Jones e a Relíquia do Destino deixa claro que a franquia perdeu fôlego para os novos tempos e que não consegue mais competir com um cinema com filmes de super-heróis e outras produções. A solitária indicação  na categoria melhor trilha original soa quase obrigatória com o mestre John Williams a frente. E esse é o problema: todo Indiana Jones parece ser meio obrigatório. Afinal, temos uma enorme ligação sentimental com o arqueólogo mais fascinante do cinema, mas já deu.

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O filme acerta quando não ignora esse contexto. Quando Harrison Ford desfila seminu exibindo um corpo magro, mas de um homem idoso sem apelar para efeitos especiais deixa claro que aquele é um herói em que só a coragem não envelheceu. E lógico que há beleza nisso mas é um recurso que não consegue sustentar tantas horas de filme. Com mais um plot explorando a vilania nazista, desta vez Indiana (Ford) precisa enfrentar o cientista Jurgen Voller (Madd Mikkelsen) que escapou do regime para colaborar com a corrida espacial dos Estados Unidos – personagem inspirado em fatos reais, inclusive – para tentar dominar o tempo com uma misteriosa invenção de Arquimedes, que promete tornar possivel a viagem no tempo. Outra coisa que tem algo de verdadeiro.

Com cenas de ação pouco eficientes, respeitando a idade do protagonista, o filme melhora quando Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) surge em cena, mas o foco volta sempre para Indiana Jones e a direção de James Mangold não parece ter criatividade para explorar como um personagem idoso poderia protagonizar esta jornada. A solução? Muitas participações especiais, pouca historia e a trilha sonora clássica e insuperável de Williams. Talvez valha o ingresso.

No fim, em um misto de alivio e alegria, o filme termina sem nos fazer passar vergonha.  Indiana Jones e a Relíquia do Destino passa longe dos grandes momentos da franquia, mas certamente não merece nenhum Framboesa de Ouro, que há muito tempo já virou um evento de ódio e nada divertido. Este é um personagem para ser eternamente lembrado com carinho e agradecermos a Ford e os produtores por ele.

Nota: 6

Confira o trailer de Indiana Jones e a Relíquia do Destino:

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