Codex 632: conspiração histórica sobre descobrimento do Brasil

Série usa uma velha dúvida sobre o descobrimento do Brasil em uma trama de conspiração.

A Globo, através do Globoplay, tem investido sério em parcerias internacionais. A bola da vez é a série Codex 632, baseada no livro homônimo de José Rodriguez dos Santos, criada por Pedro Lopes e dirigida por Sérgio Graciano. Produzida em parceria com o canal RTP e a produtora portuguesa SPi, a produção estreou lá na terrinha em 2 de outubro, e seus três primeiros episódios chegaram ao Globoplay no dia 19.

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Na trama em estilo Dan Brown, o professor de História especialista em criptologia Tomás Noronha (Paulo Pires) é contratado por uma fundação para concluir as pesquisas de seu mentor. As pesquisas buscam averiguar uma velha dúvida sobre a História do Brasil: Se Pedro Álvares Cabral descobriu o país por engano ou apenas confirmou algo que já se sabia. Mas outras informações mais importantes, que levam pessoas a matar quem toma conhecimento delas, acabam surgindo. Como a verdadeira identidade de Cristóvão Colombo.

Se o conceito soa interessante, para por aí mesmo. É verdade que tramas envolvendo conspirações históricas perderam o clamor há um tempo. Porém, ver algo abordando ao menos um pouquinho da nossa história tinha lá o seu apelo. Exceto que a trama não tem alma e os personagens não têm carisma.

É fato consumado que se você não se importa com os personagens, você não se importa com a história. E Tomás, a despeito de ser o protagonista, não tem atitude. As coisas simplesmente acontecem com ele. A fim de lhe conceber alguma humanidade, deram um casamento em ruínas com Constança (Deborah Secco) e a filha Margarida (Leonor Belo) com um grave problema cardíaco. Só que mesmo Paulo e Deborah sendo ótimos atores, seus personagens não têm vida. E você só consegue se importar com a filha. Outra tentativa de humanizar Tomás vem num caso tórrido com uma aluna novata de Macau chamada Helene (Bia Wong). A mocinha simplesmente se joga pra cima dele como uma femme fatale escrita no século passado, um tropo machista e inverossímil.

Para além de Margarida, apenas duas personagens conseguem despertar alguma empatia. Trata-se de Luísa (Betty Faria), viúva do mentor de Tomás que tenta ajudá-lo enquanto lida com os sintomas do Alzheimer. E Victória (Ana Sofia Martins), também professora e amiga do protagonista que lidera um grupo de jovens que busca a revisão histórica onde a importância e as dores dos povos colonizados sejam devidamente reconhecidas.

Enfim, Codex 632 acaba sendo uma série que você começa a assistir com expectativa e continua só pra ver no que vai dar. Depois da estreia tripla, os três episódios restantes serão liberados semanalmente, às quintas-feiras, no Globoplay. Seguirei vendo, mas sem grandes esperanças de que melhore.

Nota: 6,5

Confira o trailer:

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