‘Amor, Sublime Amor’ é um musical sem finais felizes

A história de um amor proibido em um lugar cheio de ódio.

Lançado nos cinemas em dezembro de 2021, Amor, Sublime Amor (West Side Story) é remake de um filme de 1961 vencedor de 10 Oscars. Que por sua vez é remake de um famoso musical da Broadway de 1957, escrito por Arthur Laurents com músicas de Leonard Bernstein e Stephen Sondhein. Com a mesma história inspirada em Romeu e Julieta, a nova versão é o primeiro musical dirigido por Steven Spielberg. E chegou ao Disney+ na última quarta-feira (2).

New York, 1957. Upper West Side é o bairro das minorias étnicas, onde duas jovens gangues disputam por território. Os Jets são brancos, e os Sharks, porto-riquenhos. Mas quando Tony (Ansel Elgort), melhor amigo do líder dos Jets, e Maria (Rachel Zegler), irmã do líder dos Sharks, se conhecem, não há rivalidade que os impeça de se apaixonarem.

Com uma temática que persiste em se manter atemporal, já que continuamos vendo constantes exemplos de intolerância, Amor, Sublime Amor não é um musical para quem procura algo leve. Bom, só o fato de ser inspirado em Romeu e Julieta já faz com que uma tragédia seja esperada. Mas diferentemente da opulência apresentada na obra de Shakespeare, aqui temos um cenário de pobreza, desigualdade e ódio racial. O que o torna mais verossímil.

Porém, essa verossimilhança não é o bastante para tornar o filme envolvente. Mesmo se tratando de uma grande e bela produção, com diálogos bem arquitetados e personagens tridimensionais, não consegui me ver cativada. Apesar de as músicas terem feito um Spielberg de 10 anos se encantar por Amor, Sublime Amor e tê-lo como seu musical favorito desde então, não me vi com vontade de cantar junto. São canções de altíssima qualidade, sim. Mas não me despertaram vontade de ouvir a trilha sonora repetidamente.

Contudo, o filme contém pontos positivos. Como não assisti a nenhuma montagem da peça e nem ao filme original, precisei fazer algumas pesquisas. Ao que consta, a produção de 1961 usou atores brancos maquiados para interpretarem os personagens latidos. Sim, o filme vencedor de 10 Oscars fez uso de blackface. Pelos comentários, parece que é mais próximo do musical da Broadway que o outro filme. E também acertou mais na representatividade.

Amor, Sublime Amor é um filme da 20th Century Studios com 7 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz Coadjuvante (Ariana DeBose), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino, Melhor Som, Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção. Pode não ser um filme perfeito para muitos, mas seus méritos compensam o investimento de mais de 2h30 do espectador.

Nota: 7

Confira o trailer:

 

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