7 Prisioneiros: Filme com Rodrigo Santoro denuncia triste realidade

Longa nacional mostra escravidão nos dias de hoje.

Muito falamos sobre a abolição da escravatura, conquistada no Brasil através da assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Pelo menos é isso que aprendemos na escola. Mas a triste verdade é que apesar disso e das leis trabalhistas, milhares de pessoas vivem em situação análoga a escravidão. É isso que mostra o filme 7 Prisioneiros, lançado nesta quinta-feira (11) na Netflix.

A trama mostra um grupo de quatro rapazes de famílias humildes do interior, seduzidos por uma generosa proposta de emprego em São Paulo. Porém, logo descobrem serem prisioneiros e escravos de seu patrão no ferro-velho. Mas achar um jeito de voltar para casa não vai ser fácil.

Aos quatro jovens posteriormente se juntam três imigrantes de nacionalidades diferentes, totalizando os 7 Prisioneiros do título. Mas o filme foca mais em Mateus (Christian Malheiros), um rapaz esperto que começa a criar estratégias para tentar facilitar a vida de seus amigos. E Luca (Rodrigo Santoro), o patrão que aos poucos revela suas origens.

Com pouco mais de 1h30m de duração e sem reviravoltas mirabolantes, 7 Prisioneiros mostra um pouco do que há por trás do trabalho escravo e tráfico de seres humanos. Desde o envolvimento de policiais e políticos até o aliciamento de pessoas que procuram uma oportunidade de vida melhor. São mensagens simples, nas entrelinhas, mas que em todo o dilema moral dos personagens nos chama atenção para coisas que devemos nos preocupar mais. Como a origem dos produtos que consumimos.

As atuações estão impecáveis. Malheiros, conhecido pela séria Sintonia, entrega um personagem cheio de nuances e que surpreende em diversos momentos. Santoro foge de seu esteriótipo de galã, e faz um antagonista sem ares de vilania mas ainda imperdoável. Também vale mencionar Bruno Rocha, que interpreta Samuel, um rapaz que quer juntar dinheiro suficiente para casar com a namorada.

Durante as gravações Rocha ainda descobriu que sua mãe viveu uma situação semelhante à de seu personagem. O que mostra que ninguém está a salvo de viver ou ser próximo dessa realidade.

O filme não conta com grandes cenas de ação como às vezes ocorre em produções com essa temática, o que talvez não chame a atenção do grande público. Mas a ausência de romantismo é justamente o que a história precisava, já que não existe nada de romântico em seres humanos sendo escravizados. As situações mostradas podem até serem atenuadas, mas contém o realismo necessário para mostrar essa triste realidade.

7 Prisioneiros foi escrito por Thayná Mantesso e Alexandre Moratto, que também dirige o longa. A produção ficou por conta de Fernando Meirelles e Ramin Bahrani. É um filme tenso e um pouco difícil, mas que deve ser assistido para que possamos abrir os olhos.

Nota: 7,5

Confira o trailer:

 

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