Em 1988 a Lucasfilm lançava Willow: Na Terra da Magia (Willow), filme que fez sucesso considerável mas não tanto quanto as franquias Star Wars e Indiana Jones. Mas não vou bancar a sabichona, só tomei conhecimento do filme quando entrou no catálogo do Disney+. Achei a premissa interessante, mas só o assisti de fato algumas semanas antes da estreia da série derivada. E gostaria de ter assistido antes.
Pra quem não conhece, o filme mostra Willow (Warwick Davis), um nelwyn que deseja ser feiticeiro e que acaba tendo em suas mãos a missão de proteger a pequena Elora Danan. A bebê tem em si a promessa trazer a derrota da Rainha Bavmorda (Jean Marsh), que governa na base do terror. A série se passa 20 anos depois, mostrando o que aconteceu com Willow, Elora e demais personagens.
Mesmo que para assistir a série Willow que estreou no Disney+ em 30 de novembro de 2022 não seja preciso ver o filme original, já que é tudo bem explicadinho, vê-lo deixa a experiência mais completa. Afinal, mesmo com todas as explicações, existem coisas que apenas conferindo a história prévia para se compreender totalmente. Como a ligação entre Willow e Elora. Ou a relevância de Madmartigan, personagem de Val Kimer no filme e que precisou ficar de fora da 1ª temporada devido aos problemas de saúde do ator.
Elenco principal da série Willow durante as filmagens da produção Lucasfilms, disponível no Disney+Pois bem, apesar de a trama demorar um pouquinho para engrenar, a série tem muitos pontos positivos. Um deles foi manter a fidelidade ao material original sem deixar de agregar novidades. Trazer o máximo possível de artistas do filme também foi louvável, e conseguiram promover o encontro de Willow com Sorsha (Joanne Whalley), que não aconteceu no filme.
Mas o maior mérito talvez seja o de continuar quebrando paradigmas. Quando George Lucas e Bob Dolman escreveram o filme de 1988 fizeram boas inversões de papéis, e agora Jonathan Kasdan e Wendy Mericle continuam a tarefa. Aqui a Princesa Kit (Ruby Cruz) é quem salva o irmão Príncipe Airk (Dempsey Bryk) do apuro. O par romântico de Kit é a cavaleira Jade (Erin Kellyman), o que tecnicamente faz dela a primeira princesa LGBT+ da Disney. E temos também a primeira escalação de uma atriz trans pelo estúdio: Trata-se de Talisa Garcia, interpretando a Rainha Arianna que é mãe de Graydon (Tony Revolori).
Como já mencionei, a trama demora um pouquinho para engrenar. E existem alguns outros probleminhas também. Porém, de modo geral é uma série de fantasia bastante envolvente. Possui bom equilíbrio entre drama e humor, e tem personagens com quem você facilmente consegue se conectar. Além de mostrar que talvez a Disney tenha enfim entendido que não dá pra viver só de Star Wars e Marvel, por mais que amemos essas franquias.
A 1ª temporada de Willow conta com 8 episódios, todos já disponíveis na plataforma. Agora é esperar par saber se a série será renovada.
Nota: 7,5
Confira o trailer:
