“The Underground Railroad” é difícil de assistir, mas necessária

Longe de ser agradável, mas uma boa minissérie pelo que deixa

O diretor Barry Jenkins é conhecido e premiado por filmes que abordam temáticas raciais, como Moonlight: Sob a Luz do Luar e Se a Rua Beale Falasse. E agora ele dirigiu uma minissérie inteirinha, trata-se de The Underground Railroad: Os Caminhos para a Liberdade. Inspirada no livro vencedor do Pulitzer em 2016 de mesmo nome de Colson Whitehead (publicado no Brasil pela HarperCollins Brasil), e que estreou na Amazon Prime Video em 14 de Maio.

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A história se passa em meados de 1800, pouco antes da Guerra Civil americana. Cora (Thuso Mbedo) é uma jovem escrava em uma fazenda na Georgia, e sua vida ficará ainda mais sofrida por estar prestes a atingir a maioridade. Mas seu futuro parece mudar de forma quando Caeser (Aaron Pierre), um escravo recém-chegado da Virgínia, lhe fala sobre as ferrovias subterrâneas. Porém, além de lidar com o caçador de escravos Ridgeway (Joel Edgerton) em seu encalço, verão que talvez não exista um lugar seguro na América onde uma pessoa negra possa ser verdadeiramente livre.

The Underground Railroad: Cora e Caesar falando sobre a fuga

Bem, a trama tem seus reveses. Enquanto alguns momentos são lentos e até cansativos, outros são tão rápidos que dão até medo de piscar e perder algo. Mas isso só ajuda a transmitir a angústia de Cora, de nunca saber o que lhe espera e nem se um dia estará segura. E quando se trata de transmitir algo, as atuações são impecáveis. Não só de Thuso Mbedo, que certamente receberá alguns prêmios por sua interpretação, mas de todo o elenco. E preciso destacar o trabalho das crianças. Especialmente de Chase Dillon, que interpreta Homer, o ajudante do caçador de escravos, e Mychal-Bella Bowman, que faz a fugitiva Grace. Eles estão em lados opostos, mas têm em comum o fato de trazerem em suas atuações uma maturidade que contrasta muito com suas idades.

Há algo interessante a se dizer sobre o título The Underground Railroad. Ele pode ser traduzido literalmente como “ferrovia subterrânea”, que é o que forma a mitologia da trama. Mas na vida real as rotas usadas pelos abolicionistas para ajudar na fuga dos escravos eram em cima da terra mesmo. Eram apenas escondidas, já que “underground” também significa “clandestino”. Mas Colson Whitehead foi brilhante ao criar as ferrovias subterrâneas da trama. Pois apesar de achar que podiam ser melhor exploradas, elas dão um tom quase mágico à história.

The Underground Railroad trata de um assunto difícil, daqueles que gostaríamos de esquecer mas não podemos. Até porque a escravidão deixou marcas que persistem até os dias de hoje, como o racismo e a desigualdade social. E a produção possui um realismos visual que torna muitas cenas difíceis de assistir. Então se você estiver passando por um momento de fragilidade emocional ou lutando contra a depressão, talvez essa série não seja pra você. Caso contrário, assisti-la é quase um dever.

Nota: 8,8

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Confira o trailer:

 

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