‘The Handmaid’s Tale’ se encaminha para o fim com estilo

Série consegue se reinventar a cada episódio sem perder essência.

Em seus dez episódios, a 5ª temporada de The Handmaid’s Tale foi praticamente um intensivo de “como construir plots twists”. Claro que uma coisa da qual a série jamais poderá ser acusada é de ser previsível, exceto talvez pela 1ª temporada pra quem leu o livro homônimo de Margaret Atwood que inspira a série. Mas esse ano mesmo o criador da série Bruce Miller e os roteiristas se superaram.

++ Leia também: sete semelhanças entre Gilead e o Brasil de Bolsonaro

Atenção: Contém spoilers da temporada.

Era como se a cada episódio a trama tomasse um rumo diferente. O que não é nenhum demérito, já que todas as transições foram conduzidas com naturalidade. Inclusive as não intencionais, como a saída de Emily (Alexis Bledel), já que a atriz pediu para sair. Tudo bem que a volta da personagem para Gilead causa estranheza, mas o desejo de vingança contra Tia Lydia (Ann Dowd) era grande o bastante para tornar a desculpa crível. O problema é que isso resultou em menos tempo de tela para Moira (Samira Wiley) e Rita (Amanda Brugel), pois, como revelou Miller ao TVLine, haveria um arco de histórias envolvendo as três personagens.

Em se tratando de reviravoltas, June (Elisabeth Moss) foi a campeã. Principalmente no que diz respeito a sua relação com Serena (Yvonne Strahovski), que foi de ódio mortal a um princípio de cooperação. De fato, as situações que ambas passaram levaram a isso. Desde a incansável luta de June para resgatar Hannah (Jordana Blake) até a experiência de quase aia de Serena na casa dos Warren.

Essas transições todas também colaboraram com o propósito da temporada de mostrar que qualquer lugar pode virar Gilead. O Canadá, outrora tão receptivo aos refugiados, agora passa a ter constantes manifestações xenofóbicas e uma crescente simpatia popular aos modos autocratas e ultraconservadores do país vizinho. Um lembrete de que a vigilância pela liberdade deve ser constante.

Mudanças importantes também ocorreram com personagens de Gilead. A aliança entre Nick (Max Minghella) e Joseph (Bradley Whitford) que parecia firme no intuito de destruir o país por dentro foi abalada quando o primeiro descobriu que June sofreu um atentado. O problema é que Nick acabou agindo precipitadamente e agora seu futuro é uma verdadeira incógnita.
Tia Lydia também está lentamente abrindo os olhos, principalmente depois do ocorrido com Janine (Madeline Brewer) e Esther (Mckenna Grace). O que vem bem a calhar, já que além da 6ª e última temporada está confirmada a produção do spin off The Testaments, baseado no livro que se passa alguns anos após os acontecimentos de O Conto de Aia. Quem leu o livro sabe que Tia Lydia tem uma relevância ainda maior nessa trama, a grande questão é como isso será passado para as telas.

Enfim, a temporada termina com June e Luke (O-T Fagbenle) novamente separados mas em posições trocadas: Ele é quem agora está preso, sacrificando sua chance de liberdade para que ela pudesse fugir com Nichole. Algo semelhante acontece com relação a June e Serena, que estão novamente juntas mas não mais como rivais. Tudo leva a crer que agora, rumo a um novo lar no Havaí, as duas precisarão unir forças para sobreviver. Só nos resta esperar para saber como.

A 5ª temporada de The Handmaid’s Tale estreou nos Estados Unidos dia 14 de setembro pela Hulu, e no Brasil em 18 do mesmo mês pela Paramount+. Não há previsão de quando chegará ao Globoplay.

Nota: 9,5

Confira o trailer:

 

Arquivos

Leia Mais
Do que eu falo quando eu falo de corrida, de Haruki Murakami