‘The Flash’ é um ‘fanfilm’ que sai caro no final

Produção acrescenta pouco ou nada aos gêneros de super-heróis e viagem no tempo e banaliza uma história em quadrinhos clássica

The Flash estreia nesta sexta-feira (25) no HBO Max e suscita muitas perguntas durante sua jornada. Seria o homem mais rápido do mundo um sideckick? Seria o Barry Allen dos cinemas quase um Wally West dos quadrinhos que sabe ciência? É possível entender por que Michael Shannon acha os filmes de Star Wars sem conteúdo, mas topa participar disto? São questões que jamais saberemos a resposta.

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Talvez um dos acertos mais curiosos do filme seja em não querer ser (mais um) filme de origem e começar direto ao ponto com Barry Allen (Ezra Miller) já cheio de superpoderes e tendo que lidar com seu pai (Ron Livingston) na cadeia acusado de assassinar sua mãe. É quando ele descobre que pode voltar no tempo e impedir que sua mãe (Maribel Verdú) seja misteriosamente assassinada, mas esta mudança cria um efeito dominó que altera toda linha do tempo e ele vai precisar descobrir como alterar isto.

É um enredo quase previsível e The Flash não convence nem com efeitos especiais em seu desenvolvimento. Na verdade, o ponto alto de The Flash é quando surge… The Batman, estrelado por Michael Keaton que convence muito mais como um Cavaleiro das Trevas que usa e abusa de sua supertecnologia do que a rápida participação de Ben Affleck, que só não é o pior Bruce Wayne do filme porque os produtores acharam uma tremenda ideia trazer um terceiro. E nada mais diremos para quem vai ver o filme na HBO Max pela primeira vez.

Além de Keaton, o filme só causa alguma emoção no que podemos chamar de participações especiais quando se torna um “catadão” do DCverso. O Super-Homem de Christopher Reeve e a Supergirl de Helen Slater de lado a lado como o filme da super-heroína indicava que seria possível, Nicholas Cage vestido de Homem de Aço como seria no projeto que nunca aconteceu e por aí vai. São alguns minutos de um enorme e caríssimo Fanfilm dentro de uma produção Hollywoodiana que se não superam Keaton ao menos não pioram o que já estava bem ruim.

Sem chances de se tornar um filme minimamente canônico, a melhor coisa do primeiro filme do corredor escarlate é que ele representa, finalmente, o sepultamento da ideia de fazer do DCverso algo sombrio, distópico e cheio de sombras. O problema é saber que Ponto de Ignição, a história que deu origem ao filme, era uma tremenda ideia que merecia mais carinho, responsabilidade e competência em sua adaptação. Talvez em outro multiverso.

Nota: 5

PS: Uma menção honrosa para a participação de Sasha Calle como Supergirl. É uma pena que ela tenha entrado no DCverso em um filme do qual, aparentemente, nada será aproveitado na continuidade da DC.

Confira o trailer de The Flash:

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