‘Ritmo de Natal’ é a essência do Natal brasileiro

A Globo acaba de inaugurar seu novo Núcleo de Filmes, com intenção de lançar oito filmes por ano que serão exibidos no cinema, TV e streaming. O primeiro longa foi lançado em 30 de novembro no Globoplay, e será transmitido na TV Globo dia 18 de dezembro. Trata-se de Ritmo de Natal, um filme divertidíssimo escrito por Juan Jullian e Leonardo Lanna e dirigido por Allan Fiterman.

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Dante (Isacque Lopes) é um violinista dedicado e devotado à música clássica, que certo dia, arrastado por um amigo até um baile funk, se apaixona pela funkeira Mileny (Clara Moneke). O relacionamento logo fica sério, e decidem passar o primeiro Natal juntos. Só os dois. Exceto que alguns imprevistos farão as duas famílias se conhecerem nessa data festiva. E as diferenças, que Mileny e Dante sempre levaram numa boa, causam vários atritos entre os familiares.

Não havia filme melhor para dar início ao novo Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo. Certo, Ritmo de Natal tem alguns clichês como um casal de origens diferentes e suas famílias entrando em conflito. Mas esse clichê Sempre. Funciona. E o fato de misturar funk com música clássica dá um gostinho muito brasileiro a esse filme que já nasceu clássico. Sim, agora podemos dizer que temos um filme de Natal com nossa cara.

Além de um texto maravilhoso, o longa conta com um elenco brilhante. Clara Moneke e Isacque Lopes arrasaram quando estrearam na novela Vai Na Fé, e continuam mostrando a que vieram. Os interpretes dos integrantes de suas famílias não deixam por menos: Taís Araújo é Inês, a mãe controladora de Dante; Vilma Melo como Soraya e Paulo Tiefenthaler é MC Barbatana, mãe e pai de Mileny; Teca Pereira como Vovô Gorete; e Guthierry Sotero é Maikon, irmão de Mileny.

O que achei mais interessante em Ritmo de Natal é não usar o funk como símbolo de pobreza. Soraya e MC Barbatana construíram uma fortuna como a realeza do funk, mas o alto status social alcançado não os fez esquecer das origens. Pelo contrário, são orgulhosos de sua ancestralidade. O que é um verdadeiro choque para Inês, que construiu uma carreira como pianista clássica consagrada e com isso adotou uma visão absolutamente elitista sobre música, estilo de vida e até decoração e tradições de Natal.

Tudo isso, claro, gera cenas hilárias. Difícil passar mais que alguns segundos sem uma boa gargalhada. Mas também, como não poderia faltar em um filme de Natal, há momentos emocionantes. Os diálogos entre Inês e Mileny perto do encerramento onde exteriorizam o racismo que já sentiram é certamente o mais tocante.

Enfim, Ritmo de Natal é um daqueles filmes leves e divertidos com a dose certa de emoção que são impossíveis de não amar. E se você é daquelas pessoas que adoram juntar a família pra ver um filme de Natal, fica a dica.

Nota: 9,5

Confira o trailer: