‘Quando as bruxas viajam’ & o Discworld

Nosso desafio literário de outubro exige fadas, monstros e fantasia. Quando As Bruxas Viajam é ótimo para começar. Este é o décimo-segundo livro da série Discworld, de Terry Pratchett. Tenho uma frustração enorme de só ter conhecido neste século, embora tenha sido originalmente publicado em 1991, um ano antes do Flamengo se sagrar pentacampeão brasileiro. O escritor une humor, sarcasmo e uma capacidade inigualável de contar histórias. Não é a toa que já dividiu uma autoria com Neil Gaiman, bem mais conhecido por aqui.

Quando as Bruxas Viajam parte da premissa de que o tecido da realidade no Discworld, universo cunhado pelo autor, é pode ser moldado por emoções e crenças. Fábulas infantis como Chapeuzinho Vermelho e A Bela Adormecida começam a influir no mundo real. E se transformam em tramas verdadeiras. Ao mesmo tempo, com a morte da fada-madrinha Desiderata, Margrete assume sua varinha mágica. E também a tarefa de ajudar a jovem Ella, contando com a ajuda da Vovó Cera do Tempo e da Tia Ogg.

Uma história sobre histórias, o romance é um amontoado de sutilezas e referências que o autor usa tão habilmente que fica difícil definir se é seu estilo ou o enredo que mais atrai. Sua escrita envolvente prende a atenção tão bem quanto a própria história. Vale a pena ler cada uma das notas do rodapé. Afinal, são quase uma piscadela do autor contando piadas para prender a atenção do leitor. Enquanto isso a jornada se desenvolve. É um dos pontos fortes de seu estilo. 

Pratchett costumava ter uma biografia em seus livros que dizia que “escrever é a coisa mais divertida para se fazer sozinho”. Mas talvez o mais preciso seja dizer que ler os seus livros é a coisa mais bacana que um leitor pode fazer só. Nos deixando em 2015, o escritor também nos fez um pouco órfãos. Mas suas histórias ainda merecem um lugar em qualquer estante. Quando as Bruxas Viajam talvez com um pouco mais de destaque.

Nota: 10

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