Por que o primeiro ‘Doutor Estranho’ não deu certo?

Telefilme era episódio piloto de série que nunca aconteceu

Muito antes de Benedict Cumberbatch outro Doutor Estranho quase entrou no imaginário dos fãs. O ano era 1978 e o Incrível Hulk já fazia um tremendo sucesso quando a ideia de uma série do Mago Supremo surgiu e, como costumava acontecer, um episódio piloto foi produzido para tentar levar isso a frente. Por que não funcionou?

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Peter Hooten fora o escolhido para protagonizar a produção e não fez feio. Com uma entrega interessante em uma época em que efeitos especiais não eram tão comuns, o ator fez o possível para dar verossimilhança a Stephen Strange. Para quem duvida da influência do filme, a arqui-inimiga Morgana LeFey (Jessica Walter) era uma personagem que só apareceu no universo do mago supremo depois do filme.

Stan Lee tinha muita convicção de que esta produção marvete faria um enorme sucesso. O criador de muitos personagens marvetes acreditava que o episódio piloto deslancharia outro seriado que o público iria gostar como aquela estrelada pelo golias esmeralda, mas o grande motivo do fracasso foi justamente a baixa audiência. Apesar de se dar muito bem com o roteirista e produtor-executivo Philip DeGuere e de se divertir muito com a história, o grande “pai” de parte dos personagens Marvel teve que aceitar a baixa aceitação do público. Porém, em uma entrevista em 1985, Lee apontava como o grande motivo do fracasso comercial o fato da emissora o colocar para disputar com Raízes, então uma minissérie de sucesso nos Estados Unidos (e que, ao contrário de Doutor Estranho, chegou ao Brasil pelo SBT nos anos 80). De fato, apesar das limitações inerentes à época, Doutor Estranho entrega boas atuações e uma história de origem até interessante com uso de uma trilha sonora que evocava bastante do melhor dos anos 70 e personagens que o público teria facilidade de torcer a favor ou contra como um médico que se descobria com poderes místicos e uma vilã que servia a um demônio. Talvez em outro horário, teríamos visto essa série marcar época como O Incrível Hulk.

Claro que não há como comparar aquele filme com a abordagem atual. Além de Cumberbatch estrelar uma produção feita para os cinemas e com mais verba, a tecnologia de efeitos especiais quase recriou o cinema em 40 anos diminuindo a distância para animação e live action.

Veja um vídeo que compara as duas produções:

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