Mare of Easttown tinha tudo para dar certo. Um elenco caprichado protagonizado por Kate Winslet , uma direção objetiva e o texto original de Brad Ingelsby. E é por isso que o suspense policial dá muito certo e é uma histórica rica e cheia de profundidade, forte candidata a vencer as premiações do próximo ciclo.
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A vida da detetive Marianne (Kate Winslet), mais conhecida como Mare, é uma bagunça e isso segue com sua relação familiar extremamente conturbada com filha, neto, mãe e ex-marido. Ela vive em Easttown, pequena cidade que não parece muito nem muito aconchegante ou perigosa embora tenha seus próprios traumas para lidar. Subitamente, um assassinato muda a sua rotina ao mesmo tempo que ela enfrenta desafios na vida pessoal. Obcecada pelo seu trabalho, ela quer resolver todos os crimes mesmo que ao custo de sua própria saúde.
Com uma jornada da heroína típica, Mare of Easttown é repleta de personagens com camadas em que ninguém é 100% inocente ou 100% vilão. Mas acima de tudo é uma história onde a personagem principal é uma Mulher e isso é definitvo para sua relação com o mundo: Mare é devotada à família, mas da sua própria forma. É uma consequência da relação de sua mãe e pai, mas também é o que acha que deve ser para proteger a si e seus familiares. Também tem desejos, confusões e vontades femininas.
E é uma ótima detetive. E é dessa virtude que ela retira qualidades para se superar e não se tornar uma consequência mas causa de si própria como na música de Francisco, El Hombre: que um homem não te define/ sua casa não te define/ sua carne não te define/ você é seu próprio lar. Vamos crescendo com a personagem de Kate Winslet que é uma mulher com a qual podemos nos identificar com problemas em manter a boa forma, cuidar da família, se alimentar bem e sempre sem saber como decidir entre o certo e o errado. Mas sabendo que somos nós mesmos.
Ao final, aplauda de pé.
Nota: 10
Confira o trailer:
