Novo Hellboy nos faz sentir saudades

Quinze anos depois do primeiro Hellboy, dirigido por Guillermo Del Toro e com Ron Perlman no papel principal, o diretor Neil Marshall resolveu rebootar a franquia. Curiosamente, o filme tem o mesmo nome do original embora tente reiniciar o personagem. É um desafio difícil porque Hellboy 1 e 2, do diretor mexicano, são ótimos filmes e que criaram uma profundidade do herói do inferno difícil de ser esquecido.

A feiticeira Nimue (Milla Jovovich, em ótima atuação), ex-aluna de Merlin, volta a vida e quer causar o fim do mundo. Ao mesmo tempo, Hellboy (David Harbour) vai descobrindo mais sobre sua origem e reencontra uma amiga de infância Alice (Sasha Lane). Ao tentar recriar o universo, Marshall optou por um professor Trevor (Ian McShane) menos intelectual e mais militar. É uma direção diferente para o personagem que convence. Harbour consegue se consolidar como o novo filho do demônio, mas a história o atrapalha.

Hellboy é um filme curto que aprofunda pouco seus personagens e trama. Talvez fosse suficiente não fosse um reboot, mas seus melhores momentos são justamente quando parece referenciar as produções anteriores, que ainda estão em nossa memória. Novidades como o personagem Ben Daimio (Daniel Dae Kim, de Lost) têm muito pouco espaço e se tornam quase bidimensionais.

Em todo o tempo, o filme não convence como algo que faça ter valido a pena o reinício da história. Ao final, ainda aposta em mais uma referência aos filmes anteriores ao indicar a chegada de um personagem bem conhecido pelos fãs como se fosse um grande mistério a ser desvendado. Ora, todos estão com aqueles filmes na memória e sabem de quem se trata.

Hellboy também desce um degrau em termos de cenas de ação. Muitos efeitos especiais e poucas lutas que realmente convençam. No geral, é um típico filme massa, véio que não acrescenta muito a mitologia do filho do inferno e deixa como perspectivas apenas a necessidade de melhorar se quiser se distanciar e nos fazer esquecer dos filmes de Del Toro.

Nota: 5

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