‘Mansão Mal Assombrada’ é um bom filme, se você quiser que seja

Com história divertida, é um bom filme de Halloween para quem não gosta de terror

Boa parte das atrações da Disneylândia e Walt Disney World são inspiradas em filmes do estúdio, mas o inverso também acontece. O caso mais famoso é o da franquia Piratas do Caribe (Pirates of the Caribbean) iniciada em 2003, mesmo ano em que foi lançado Mansão Mal Assombrada (Haunted Mansion). Dirigido por Rob Minkoff e estrelado por Eddie Murphy, o filme virou um clássico da Sessão da Tarde no Brasil. Agora, vinte anos depois, surgiu uma nova adaptação bem mais rica.

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Estreando nos cinemas brasileiros em 27 de julho e chegando ao Disney+ no último dia 4 (como parte da programação do mês do Halloween no streaming), a nova versão de Mansão Mal Assombrada traz uma história coesa. Com direção de Justin Simien e roteiro de Katia Dippold, o filme com pouco mais de 2hr de duração traz ótimas atuações, belos efeitos e uma trama bem elaborada. O que, ultimamente, tem sido difícil de encontrar.

Ben (LaKeith Stanfield) é um cientista em luto pela morte da esposa que cria uma lente fotográfica para capturar imagens de fantasmas, embora nunca tenha funcionado. Certo dia o Padre Kent (Owen Wilson) aparece em sua casa recrutando-o para ajudar Gabbie (Rosario Dawson) e o filho Travis (Chase W. Dillon), que se mudaram para uma mansão assombrada. Depois de muito relutar ele aceita, mas só porque o pagamento era bom. Só que o trabalho não era tão fácil quanto parecia.

A esse time bastante incomum de caça-fantasmas se unem o professor de história Bruce (Danny DeVito) e a médium Harriet (Tiffany Haddish). Todos impedidos de sair permanentemente, pois os espíritos ali presos não os deixam ir embora. São ordens do Hatbox (Jared Leto), que precisa deles para que sua maldição se cumpra.

Mansão Mal Assombrada tem um elenco de primeira e um enredo mais complexo que o filme original
Mansão Mal Assombrada tem um elenco de primeira e um enredo mais complexo que o filme original

É de se notar que o novo Mansão Mal Assombrada possui uma trama mais intricada que seu antecessor, e também um humor mais inteligente. Mesmo assim, não são raras as críticas negativas ao filme. Mas é perceptível que boa parte dessas críticas se devem às expectativas de que o filme tivesse exatamente o mesmo clima aterrorizante da atração dos parques Disney. O que não parece um demérito, já que o filme é capaz de alcançar um público bem maior que os parques, simplesmente pela facilidade de acesso.

Outra que as intenções são um bocado diferentes. Enquanto a atração do parque deve provocar sustos que depois farão a pessoa rir de si mesma, o filme precisa de ter uma história concisa que cative e divirta. Trazer personagens da atração para o filme, como Hatbox e Madame Leota (Jamie Lee Curtis), é um tempero especial para quem já conhece o parque. Porém, o filme precisa se sustentar sozinho.

A meu ver, Mansão Mal Assombrada acertou em trazer um grupo eclético de protagonistas. Pois essas interações entre diferentes personalidades que precisam unir esforços a fim de superar um problema é bastante simbólico. Também traz mais chances do espectador se identificar com um personagem. Tratar da morte pela perspectiva do luto também parece mais certeiro, já que nem todos gostam de levar susto – alguns até consideram ilógico – mas todo mundo já sofreu com a perda de alguém.

Por fim, Mansão Mal Assombrada pode não ser uma grande obra cinematográfica que se tornará um clássico. Longe disso. Mas é um filme divertido, bom para ver com amigos ou família em um dia de chuva. É só se deixar levar.

Nota: 8

Confira o trailer:

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