‘King Richard’ é o filme edificante da vez

A trajetória de duas irmãs talentosas, e o pai delas.

As irmãs Venus e Serena Williams estão há mais de 20 anos entre as maiores tenistas do mundo. Com tanto sucesso, seria mais que natural que ambas ganhassem uma cinebiografia, e é o que temos em King Richard: Criando Campeãs. Filme que estreou nos cinemas brasileiros no início de dezembro e chegou ao HBO Max na última sexta-feira (7).

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Fugindo um pouco do padrão dos filmes biográficos, King Richard foca mais nos esforços do pai das atletas para que elas alcançassem a excelência do que na trajetória delas. Quase como um Dois Filhos de Francisco. O paralelo não é exagerado, uma vez que Richard (majestosamente interpretado por Will Smith) fez um plano de 85 páginas para que suas filhas Venus e Serena (Saniyya Sidney e Demi Singleton, respectivamente) se tornassem estrelas do tênis. E fez isso antes delas nascerem.

Confesso que não conhecia muito da história das tenistas, e só com o filme e algumas pesquisas descobri que seu pai sempre foi uma figura polêmica. Isso porque ele realmente as fazia treinar intensamente, até debaixo de chuva, como mostrado no longa. E há questionamentos sobre o sonho de serem tenistas ser mesmo delas ou do pai. Em contrapartida, ele chegou a tirá-las das competições juvenis para que aproveitassem a infância antes de se tornarem profissionais.

Contudo, é inegável a importância que Venus e Serena têm não só como atletas. Mas como inspiração para meninas de todo o mundo a lutarem pelo que querem. E sendo o tênis um esporte tão elitista e majoritariamente branco (principalmente antes da década de 1990), talvez não tivessem conseguido sem o apoio e esforços incondicionais da família. Aliás, embora com menos destaque, a mãe Oracene (Aunjanue Ellis) também teve muita importância na trajetória das filhas. Principalmente no que diz respeito a manter Richard com os pés no chão.

Com roteiro de Zach Baylin e direção de Reinaldo Marcus Green, King Richard é um ótimo filme inspirador e edificante para ser visto em família. Pois ainda pode render debates sobre machismo e racismo. Will Smith levou neste domingo (9) o Globo de Ouro por sua atuação no filme, e muitos cogitam que ele também levará (enfim) o Oscar de Melhor Ator. E será que rola de Melhor Canção Original para Be Alive, da Beyoncé?

Nota: 8,8

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