Com o fim da primeira temporada, House of The Dragon conseguiu se consolidar como uma das melhores opções de entretenimento na TV e Streaming. Não foi uma surpresa para quem leu Fogo & Sangue, livro de George R. R. Martin que inspirou a série da HBO. Mas desde o início sabiamos que o desafio seria decidir quais elementos adaptar e o que alterar.
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Embora tenha sido fiel em vários momentos, a série mudou significativamente alguns fatos para criar um enredo mais amigável aos espectadores. Listamos aqui alguns:
Rhaenyra e Alicent não foram amigas como em House of The Dragon
Em Fogo & Sangue, as duas têm uma relação distante porque há uma diferença de idade com a herdeira do trono conhecendo a rainha já como uma mulher de certa idade, próxima a do rei Viserys (Coddy Pasentine). Ou seja, não há um conflito de mulheres que foram amigas na adolescência porque uma é bem mais velha do que a outra. Na produção da HBO, esse conflito é fundamental para entender a tragédia de House of The Dragon que coloca justamente as duas (ex) amigas tendo que gerenciar os interesses de grupos opostos do reino.
Aliás, esse conflito trágico tem até mesmo um quê de novela que vários fãs brasileiros perceberam e satirizaram com um chamada do SBT. Confira abaixo:
Vale lembrar que nos livros, o final de cada uma não só é extremamente trágico como ainda permanece totalmente possível de ser usado na série. Vamos aguardar!
Aemond x Lucerys
Na série, fica claro que o assassinato de Lucerys (Elliot Grihault) é quase um acidente causado por Aemond (Ewan Mitchell), que queria dar um tremendo susto no sobrinho que lhe tirou um olho e não começar uma guerra. Porém, nos livros é diferente com Aemond sendo provocado por um das filhas do Lorde Baratheon a ir atrás dele. O filho de Viserys aceita e mata o príncipe sem nenhuma hesitação, deixando apenas restos mortais para trás. Como vemos na série, os showrunners Ryan Condal e Miguel Sapochnik buscam o tempo todo dar contornos de cinza aos dois lados sem maniqueísmo, o que talvez explique tornar tudo um acidente terrível.
Alicent sabe muito bem o que está fazendo (nos livros)
Nos livros, a rainha não tem nenhum mal-entendido com os minutos finais de seu marido. Ela simplesmente mente e busca a coroação rápido de seu filho Aegon no melhor jeito temerista golpista com ajuda do pai, que também é Mão do Rei como na série. Em House of The Dragon vemos que Alicent (Olivia Cooke) está conformada com a perda da sucessão em sua família, mas se confunde com as palavras finais do rei Viserys e acaba dando um motivo para o golpe que membros da realeza já preparavam.
Apesar da situação não ser lá muito crível (quem mudaria um acordo com palavras de alguém que não está lúcido?), ajuda a vermos Alicent como uma pessoa mais atrapalhada e inocente, vítima de um pai abusivo e de um relacionamento sem amor, do que como uma rainha má.
A morte dos jovens Velaryon
Na produção da HBO, Laena, agonizando com um parto fatal, se arrasta até seu dragão e pede que ele abrevie seu sofrimento enquanto Laenor é assassinado por um amante em seus aposentos aparentemente sem motivo e tem o corpo desfigurado ao ser jogado na fogueira. Na verdade, um plano seu e de seu amante para deixar o reino e escapar para uma vida mais tranquila.
A série seguiu outro caminho, dos livros em que quando Laena morre no parto de uma criança deformada e seu irmão é assassinado numa feira pelo amante sem direito a dúvidas. O que será que os fãs preferiram?
Não há profecia nos livros
Na série, “A Canção de Gelo e Fogo” é o nome da profecia que passa entre os herdeiros da Casa Targaryen, mas não existe esta visão nos livros. Ou seja, tudo é invenção dos showrunners que viram uma forma de conectar as séries House of The Dragon e Game of Thrones.
