Fim da trilogia ‘A Menina que Matou os Pais’ não traz nada de novo

Terceiro filme sobre o Caso Richthofen completa anteriores, nada mais do que isso

Em 24 de setembro de 2021 o Prime Video lançou a duologia A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais. Os filmes se completam ao mostrar as divergências entre os depoimentos de Suzane Von Richthofen (Carla Diaz) e Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) sobre o brutal assassinato do casal Manfred e Marisia. Ambos os filmes tiveram desempenho mediano, embora com boa audiência. E eis que no último 27 de outubro foi lançado A Menina que Matou os Pais: A Confissão, centrado nas investigações policiais.

Admito que fiquei bastante cética quanto a necessidade de transformar a duologia em trilogia, ainda mais levando em conta o quanto foi maçante assistir aos dois primeiros filmes. E continuo achando que uma minissérie combinaria melhor com o formato escolhido pelos roteiristas Ilana Casoy e Raphael Montes e o diretor Mauricio Eça. Mas o filme também não é uma perda total.

Dramatizando os dias seguintes ao crime, A Menina que Matou os Pais: A Confissão até chama um pouco mais de atenção por focar na investigação. Só que apesar das ótimas atuações e dos roteiros serem diretamente baseados nos altos do processo e no livro Casos de Família: Arquivos Richthofen escrito por Casoy, não dá pra dizer que é algo de tirar o fôlego. Não só porque você já sabe o que aconteceu na noite do crime, mas porque Suzane, Daniel e Cristian (Allan Souza Lima) não eram exatamente gênios do crime e acabaram facilitando – e muito – o trabalho da polícia.

Se uma moral pode ser tirada desse filme é que a vaidade leva à burrice. Pois para além da frieza de Suzane, o remorso dos irmãos Cravinhos e a inconsistência dos depoimentos está a burrice na execução e tentativa de ocultar e forjar provas. Essa burrice veio da vaidade, que, como acontece com tantos outros criminosos, os levaram a cometer erros gritantes para os investigadores.

A Delegada Heloisa (Bárbara Colen), o Delegado Aldo (Rodrigo Fernandes) e o Investigador Carlão (Che Moais) são personagens fictícios que representam a força policial. Estratégia provavelmente adotada para proteger a privacidade dos agentes envolvidos, tudo mais é real. Exceto as fake news que andaram circulando sobre o filme e que levaram Montes a fazer um post em seu Instagram com 5 coisas que se precisa saber antes de ver o filme.

Enfim, A Menina que Matou os Pais: A Confissão não é nenhuma obra-prima, mas certamente é imprescindível para os fãs de true crime. Mas para quem apenas quer saber mais sobre o caso talvez seja melhor procurar um documentário, podcast ou livro.

Nota: 7

Confira o trailer:

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