Ferris Bueller
Ferris Bueller

Ferris Bueller… A série?

'Curtindo a vida adoidado' gerou um spin-off para a TV norte-americana

Todo mundo já assistiu Curtindo a Vida Adoidado (no original, Ferris Bueller’s Day Off), dirigido por John Hughes. O que pouca gente sabe é que o sucesso mundial do filme gerou a continuação Ferris Bueller, uma série de TV norte-americana. Mas o que foi este seriado?

++ Leia também: M.A.N.T.I.S. era muito a frente do seu tempo

A série tinha entre suas estrelas uma certa Jennifer Aniston, vivendo a irmã do personagem principal (no filme original, o papel coube a Jennifer Grey) e o próprio Ferris era interpretado por Charlie Schlatter ao invés de Matthew Broderick. Entre suas cenas mais famosas, inclusive, o personagem principal explicava que o filme era somente uma dramatização de sua vida (!) e cortava uma foto em tamanho real do ator no filme com uma serra elétrica (!!).

Confira a situação logo no início do episódio piloto no vídeo abaixo (o artigo continua depois do texto):

Será que Broderick se chateou?

Como você pode notar Ferris Bueller era um pouquinho mais cínica e sombria que o filme com muitas piadas de humor negro e alguns (def)eitos especiais na abertura. A produção usava e abusava da quebra da quarta parede, com o personagem principal interagindo e conversando com o espectador durante os 13 episódios em que a série existiu. Sim, apenas uma temporada.

A relação entre a personagem de Aniston e sua mãe com muito mau humor e rivalidade marcava a série e lembrava o filme de Hughes, em uma das poucas coincidências. Ferris seguia um grande manipulador que só sua irmã conseguia enxergar. Ou será que era só inveja? Além disto, ele era um prodígio com computadores, hackeando fichas da polícia como quem escreve um texto no word. De um jeito ou de outro, a série buscava se distanciar bastante do filme já que Hughes não quis nenhum envolvimento e o showrunner John Masius buscou dar sua cara. Anos depois, ele faria sucesso com Providence e Dead Like Me, que provavelmente o público brasileiro conhece melhor. Aqui, a produção imprimia um ritmo ágil cercado de músicas de sucesso da época e muito efeito de sintetizadores, como qualquer produção dos anos 90 que se respeita.  Ao contrário do filme, aqui Sloane, personagem interpretada por Mia Sara no cinema, não é apaixonada (ainda) pelo personagem principal. Ami Dolenz (Rules of Engagement) interpretava o papel sem muito destaque. Na verdade, se Sloan era uma mocinha cheia de iniciativa e inteligência nos cinemas por aqui era mais uma espécie de patricinha burra.

Descaradamente, Ferris Bueller tentava copiar e ser uma versão de Parker Lewis, produção que era sucesso de audiência nos Estados Unidos e chegou ao Brasil. A curiosidade é que provavelmente as duas tinham fortes raízes no filme de Hughes, mas justamente a original não sentia muita vergonha disto.

Além da futura Rachel de Friends, a série tinha muitas participações especiais. No décimo episódio, Ferris precisa superar como antagonista um certo policial Peyson, interpretado por David Graf. Um pouco tempo antes, o ator havia ficado famoso interpretando um certo Eugene Tackleberry, na franquia Loucademia de Polícia. Ele também reprisou o papel de policial em Seinfield. E não é só. Bill Bixby, conhecido por protagonizar O Incrível Hulk, dirigiu alguns episódios do seriado.

Infelizmente, a produção nunca passou no Brasil. Nos Estados Unidos e América do Norte, ainda é lembrada com algum saudosismo. Quando acabou foi substituída por Blossom, que é bem mais conhecida por brasileiros.

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