Crise nas Infinitas Terras: primeira parte

Nesta semana teve início o aguardado crossover das séries do universo da DC. Em episódio de Supergirl, Batwoman e Flash, foi realizado o que se prometeu desde o anúncio da “Crise nas Infinitas Terras”: uma completa reorganização no universo de heróis, que deve impactar na sequência de várias das séries em 2020. Embora tenha bastante diferenças em relação ao original, o crossover da televisão apresenta o mesmo princípio de sua matriz nos quadrinhos, onde uma grande ameaça destrói uma a uma as várias versões da Terra. Essa grande ameaça acaba reunindo super-heróis dos vários mundos para tentam barrar a ameaça que aos poucos foi sendo mostrada.

A primeira parte foi centrada em Supergirl e logo se buscou impactar o espectador: o mundo que desde sempre se viu Kara defender desapareceu sob nossos olhos. Uma imagem semelhante havia sido passada antes, em Arrow, mas a perda agora inclusive de pessoas conhecidas (e não seus espelhos de outro mundo) foi de fato mais impactante. Em Batwoman conhecemos uma das possíveis versões de Bruce Wayne, e o que tomamos contato é um personagem amargurado que tem entre seus orgulhos ter assassinado o Superman. Por fim, em Flash, há o esclarecimento do mistério que há tempos persegue a série, ou seja, em que consiste o desaparecimento de Barry durante a Crise.

De forma geral a narrativa tem se mostrado bastante ágil e bem contada. Mesmo com uma gigantesca quantidade de protagonistas tem sido possível manter as suas características individuais, ou, pelo menos, a dos principais. O próprio fato de alguns serem os “paladinos”, ou seja, seres que terão papel fundamental na tentativa de solução da Crise, respeita as personalidades construídas ao longo dos anos das várias séries.

Nos três episódios houve várias participações especiais, algumas rápidas e outras mais longas, gerando impactos diversos. Uma considerada decepção foi a do Clark Kent de “Smallville”, que, apesar de tudo, se mostrou coerente com a lógica da série original. Lúcifer fez uma curta, mas brilhante aparição, mostrando que Tom Ellis apresenta sempre uma excelente encarnação do Capiroto. Houve uma pequena passagem por “Birds of Prey”, série hoje em dia quase esquecida, mostrando sua protagonista Helena Kyle. Houve até mesmo uma rápida exibição de Tina, paixão do Flash dos anos 1990. Contudo, quem ganhou mais espaço acabou sendo mesmo o Superman do filme de 2006, com direito a inclusive uma luta contra um outro Superman. Outro que deve ganhar mais espaço, mas nos próximos episódios do crossover, é o Raio Negro, que viu sua Terra (e família) serem destruídos.

O principal defeito do que foi apresentado até o momento está no fato de ser um conjunto de episódios voltado para o público que conhece as séries, podendo deixar espectadores menos assíduos perdidos sobre várias questões. Essa, contudo, é a única forma de manter a consistência dos personagens principais, que teriam pouco tempo para se desenvolver caso cada episódio tivesse que contar toda a história anterior. Se os crossovers anteriores tinham a possibilidade de ganhar novos espectadores para as séries, sendo às vezes didático sobre os fatos anteriores, este acaba sendo voltado basicamente aos admiradores mais fiéis das séries.

Em janeiro de 2020 a “Crise nas Infinitas Terras” retorna, em episódios de Arrow e Legends of Tomorrow. Possivelmente haverá ainda muitas reviravoltas, inclusive o provável retorno de personagens dados como mortos, moldando uma nova fase em todas as séries que continuarem a ser exibidas.

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