‘A Fera do Mar’ pode ser a grande animação do ano

Um filme repleto de méritos

Não dá pra negar que a Netflix possui um bom portfólio de animações originais e exclusivas. E na última sexta-feira (8) houve a espetacular adição de A Fera do Mar (The Sea Beast), um daqueles filmes capazes de agradar pessoas de todas as idades. E que se não for indicado ao Oscar, precisarei rever meus conceitos sobre a Academia.

Maisie (Zaris-Angel Hator) é uma intrépida menina que vive no lar para órfãos de caçadores de feras do mar. Ela sonha ter uma vida tão incrível quanto a que seus pais tiveram, e para isso foge e embarca escondida no navio dos grandes Capitão Corvo (Jared Harris) e Jacob (Karl Urban). Mas ela nem imagina que sua grande aventura será descobrir que todos passaram séculos acreditando em uma mentira.

Um dos grandes méritos de A Fera do Mar é fazer o espectador embarcar na aventura (com o perdão do trocadilho). Como fã de animação, considero um filme do gênero realmente especial quando consegue fazer um adulto sentir aquela mesma emoção da infância. O longa te joga em uma aventura épica, com diversão e personagens cativantes por 2 horas, tempo em que você esquece todo o resto.

A trama ainda traz conceitos bem pertinentes para os dias atuais. Um deles é o da adoção. Maisie e Jacob constroem lentamente uma relação verossímil, e é lindo quando ela propõe que eles tentem viver como uma família. Afinal, família escolhida também é família.

Outro é o de preconceitos moldados por mentiras históricas. Não é difícil relacionar as mentiras criadas pelos soberanos ancestrais do filme para que as feras do mar fossem caçadas com as mentiras da nossa História ocidental, das quais fomos levados a acreditar incontestavelmente por séculos. E o mais bonito é que a curiosidade e mente aberta de Maisie levaram a verdade. Como já dizia Gonzaguinha: “Eu fico com a pureza da resposta das crianças.”

Em suma, A Fera do Mar é uma animação encantadora. Tanto visualmente, com suas cores e formas, quanto por sua trama. Os roteiros são de Neil Benjamin e Chris Williams, que também fez sua estreia solo na direção. A direção de arte é de Mathias Lechner e a trilha sonora de Mark Mancina.

Nota: 10

Confira o trailer:

Arquivos

Leia Mais
Conheça ‘Gambiarra’, filme nacional cyberpunk