‘O Esquadrão Suicida’ é um filme de supers para maiores

Produção dirigida por James Gunn ousa pouco e não explora personagens

O Esquadrão Suicida é um filme que explica muitas coisas. Por exemplo, quando ficou claro que Will Smith não poderia reviver o Pistoleiro (Deadshot em inglês), a produção do filme dirigido por James Gunn acertou com Idris Elba para viver o Sanguinário (Bloodsport em inglês), um inimigo que teve destaque em apenas uma história do Superman e é dado como morto na cronologia atual. Por que não outro personagem? Porque assim como o alter ego de Floyd Lawton, Robert DuBois é um personagem versado em armas de fogo, negro e que tem um crush em Arlequina (Marggot Robbie).

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A semelhança dificilmente é gratuita> Trata-se de um recurso para mexer o mínimo possível em um roteiro raso. Gunn escolheu um personagem com pouco background, o que lhe permitiu mexer como quisesse – ao invés de um irmão multilado pela guerra do Vietnã, entra em cena a filha problemática – e manter a história. O problema é que O Esquadrão Suicida acaba virando um típico filme de ação com super-heróis. E não um filme de super-herói em si. Há poucos conflitos e desenvolvimentos, todos os personagens são bidimensionais demais e seguem uma lógica bizarra de serem vilões-que-sempre-quiseram-ser-heróis. Mesmo um hobbit hesitaria mais em virar um.

Sem continuar exatamente Esquadrão Suicida, o quase homônimo filme anterior, esta produção traz uma história original com outros supervilões que precisam invadir a Ilha de Corto Maltese e destruir o misterioso projeto Jotunheim, que poderia tornar o mundo um lugar menos seguro como os Estados Unidos sempre temem quando têm outros interesses. Mas será que a equipe enviada e comandada pelo Coronel Flag (Joel Kinnaman) vai conseguir?

Sem muitos conflitos dramáticos, Gunn explora o humor e violência para nenhum Tarantino botar defeito. O filme começa de uma forma que é difícil não impactar, mas aos poucos todas as gags de “tiro, porrada e bomba” vão se tornando previsíveis e arrastadas como boa parte dos filmes de ação. É quando os personagens poderiam trazer algo interessante do que vimos nas histórias em quadrinhos, mas aparentemente ninguém está muito preocupado com isto. Desligue o cérebro e veja feliz então. Ou, compre as histórias em quadrinhos do Esquadrão Suicida e seja mais feliz.

Nota: 5

Confira o trailer:

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