Vamos combinar, não é uma estratégia velha. Nos meus tempos de solteiro já reza a lenda que as pessoas iam às baladas com amigo(a)s feio(a)s para que se destacassem. Não sei se funcionava (talvez eu fosse o amigo feio, inclusive), mas é o que parece que a Netflix aprontou com Drácula, a nova série disponível no serviço de streaming.
Afinal, Drácula faz produções como The Witcher, também da Netflix, ou até mesmo o final de Game of Thrones não parecerem tão ruins. Deve haver algum sentido comercial em botar uma produção feita no século vinte com efeitos especiais dignos do século dezenove entre tantas outras séries e filmes interessantes que a Netflix tem. Reflitam.
Buscando ser fiel ao romance homônimo de Bram Stoker, Drácula tem apenas três episódios, o que também desmente a teoria de que as melhores coisas da vida vem em três. Inicialmente, a produção tenta retomar o clima do livro, mas esbarra em um texto inverossímil. atuações de novela mexicana, apesar do carisma do protagonista Claes Bang e de Dolly Wells (irmã Agatha), e uma direção de arte e efeitos especiais trashcômica.
Uma maratona de Grey’s Anatomy seguida de Barrados no Baile seria muito mais vívida e interessante do que este amontoado de (def)efeitos especiais que já estão ultrapassados desde produções oitentistas como Um Lobisomem Americano ou A Companhia dos Lobos. Para se ter uma ideia, há cenas de transformação em lobos que parecem feitas por estudantes. E não de cinema, mas de qualquer curso escolar. Fora as repetitivas cenas em que o protagonista lambe groselha simulando sangue. Mark Gatiss e Steven Moffat assinam a produção da série transmitida e lançada na BBC One e Netflix, o que já foi garantia de qualidade. Ou talvez ainda seja. Afinal, qualquer coisa que as duas empresas produza será melhor do que isto.
Nota: 0.5
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