Todo ano figura entre as indicadas ao Oscar de Melhor Animação uma que se destaca pelo estilo simples, sem apelo comercial. Em 2024 a produção que se encaixa nessa categoria é a espanhola Meu Amigo Robô (Robot Dreams), escrita e dirigida por Pablo Berger. Inspirada na HQ homônima de Sara Varon (não publicada no Brasil), a animação diverte ao mesmo tempo em que provoca pontadas no coração.
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Numa Nova York oitentista habitada por animais vive um cachorro solitário. Após ver na TV um anúncio de um robô programado para ser melhor amigo, decide comprar um. O Cachorro fica feliz com Robô, ambos realmente se tornam melhores amigos. Mas depois de um dia na praia, Robô enferruja e não consegue se mover. Cachorro então é obrigado a deixá-lo para voltar outra hora em busca do amigo. Só que o depois nem sempre sai como planejado.
Não deixe a aparência simplista e infantil te enganar, Meu Amigo Robô não é para crianças pequenas. Os sentimentos complexos vindos do longa talvez não sejam compreendidos por elas. A verdade é que a trama mostra os sonhos de Robô com o reencontro com Cachorro (às vezes felizes, às vezes de partir o coração), enquanto este espera a data de reabertura da praia para buscar o amigo. Isso faz o título original (“Sonhos de Robô”, em tradução livre) mais apropriado que o título brasileiro.
Quem já se sentiu abandonado por um amigo em um momento de necessidade certamente se sentirá tocado pelas sutilezas da trama. Entre uma trilha sonora de sucessos, referências maravilhosas e piadas visuais divertidas, há toda uma miríade de emoções. Existe aquele que acredita não haver problema em esperar, e existe aquele que espera sozinho e com medo porque não há alternativa.
Para quem não gosta de filmes mudos, talvez Meu Amigo Robô não seja tão atrativo. Mas o filme é tão dinâmico que a ausência de diálogos não chega a ser um problema. Para quem quiser conferir, está disponível em alguns cinemas e para aluguel no YouTube.
Nota: 8,5
Confira o trailer:
