‘Extraordinário’ (‘Wonder’) – crítica

Sim, o livro daquele filme!

Nada como fechar o Desafio Literário Popoca de agosto, com o tema livro escrito sob pseudônimo com algo extraordinário e uma piadinha infame. O livro Extraordinário, lançado em 2012 e que virou filme em 2017 com grandes nomes como Julia Roberts e Owen Wilson, foi escrito por R. J. Palacio, pseudônimo da escritora americana de origem colombiana Raquel Jaramillo. O livro foi um grande sucesso, e continua vendendo bem anos depois, com direito aos devidos spin-offs.

spoiler free

De alguma forma, Extraordinário é importante na visibilidade que tanto se fala hoje em dia, visto que seu personagem principal, August Pullman, é uma criança com uma síndrome genética que o leva a ter uma mal formação crânio-facial (li por aí que se trata da síndrome de Treacher Collins, mas não tenho certeza). E como o livro é voltado para o público infantojuvenil, ele ganha ainda mais relevância.

Claro que é um livro tipo armadilha, feito sob medida para você chorar no final, porque é óbvio que Auggie, nosso protagonista que é capaz de fazer adultos levarem um susto e crianças chorarem quando o veem, vai passar por poucas e boas. E ele também foi escrito como uma grande lição para seus leitores mais jovens, o que o torna um tanto quanto açucarado. É complicado escrever algumas coisas sobre um livro com uma história relevante e de sucesso, mas estamos aqui pra isso.Extraordinário é um livro que eu já dei muito de presente, mas confesso que ainda não tinha lido. Agora que li, não me arrependo dos presentes, mas entendo se alguns dos presenteados não curtiu muito, e, sinceramente, darei preferência a outros livros a partir de agora. O problema de Extraordinário é que ele passa açúcar demais em realidades muito duras e difíceis. E tenho certeza que as crianças são capazes de perceber isso. Para quem gosta de histórias que são felizes mesmo quando são tristes é uma leitura incrível. Excelente se você está triste ou deprimido.

Porém, para um livro que era para falar de representatividade, de tolerância e de aprender a conviver com o diferente, ele é um pouco fantasioso demais. E cheio, cheio, cheio de clichês.

Como primeiro livro da autora, acho que ela se saiu bem, afinal, o primeiro livro dificilmente será o melhor. Espero que ela tenha superado seu medo de coisas tristes, complicadas e ruins nos livros seguintes. Mas, sendo sincera, Extraordinário não faz jus ao seu título.

Vale a leitura, mas não aposte alto.

Nota 8.

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