Entretenimento na formação do cidadão (e futuro eleitor)

Outubro é conhecido como o mês das crianças. Também é o mês em que começam, aqui no Brasil, as campanhas eleitorais. E eis que de repente comecei a pensar em como é importante que desde a infância tenhamos noção do que é viver em sociedade. Pois só assim saberemos o que é melhor para o todo. Só assim teremos bons eleitores. Então passei a refletir no papel do entretenimento nessa tarefa.

Se você fizer uma pesquisa rápida sobre entretenimento vai encontrar vários posts e artigos sobre a importância deste para o ser humano. Inclusive sobre como ajuda a manter a saúde mental. E não é raro vermos declarações de como um filme, uma série, um livro, uma banda ou jogo mudaram vidas. Desde incentivar a aceitação até uma mudança de carreira. Às vezes chegamos a mudar nossa perspectiva a respeito de algo por causa da história de um filme. E isso é bom, pois a arte é um reflexo da vida. E se esse efeito é positivo em adultos, pode ser ainda melhor em crianças e adolescentes.

Crianças são como espelhos pois ainda não têm o caráter bem definido. Logo, podem copiar o que é bom e o que é ruim em igual dose. E justamente pelo fato de uma criança pequena não saber discernir entre certo e errado é que tantos pedagogos e psicólogos alertam para os riscos de deixá-las em frente à TV ou computador sem supervisão. Mas essa influência das mídias pode ser usada para o bem, e os pais sabem disso. Qual criança que nunca ouviu “come espinafre pra ficar forte que nem o Popeye”? (Aposto que você ouviu.)

Brincadeiras a parte, não é de hoje que a indústria do entretenimento vem investindo em conteúdos educativos para os pequenos. Que vão de livros e desenhos animados a jogos eletrônicos. E como a capacidade de interpretação deles ainda está em desenvolvimento, estes conteúdos trazem lições de forma bem explícita. Lições estas que incluem o respeito ao próximo e o cuidado com o meio ambiente.

Quando a criança passa a entender por si mesma a “moral da história”, consegue tirar lições de tramas que aparentam ser apenas para diversão. Em 2014 pesquisadores italianos descobriram que crianças que leem Harry Potter tem mais capacidade de empatia. É só lembrar como o bruxinho órfão interage com diferentes tipos de seres mágicos e vê o preconceito que sofrem. Inclusive o protagonista é vítima de preconceito. A criança assimila isso e passa a conseguir se colocar no lugar de alguém que lhe pareça diferente.

Isso acontece também porque a arte é capaz de nos tirar da bolha em que vivemos. E é muito importante que crianças e adolescentes vejam realidades distintas. Pois quanto mais cedo entenderem que o mundo é diverso e plural, mais cedo passarão a exercer o papel de cidadão. Cumprindo seu deveres e exigindo seus direitos. Principalmente quando chega a hora de ir às urnas.

Claro que o entretenimento não substitui a educação dada pela família e professores. Mas pode ser uma ótima ferramenta. Sempre tomando o cuidado para que crianças e adolescentes tenham acesso a conteúdos feitos para suas faixas etárias.

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