É impossível pausar a 2ª temporada de ‘Cidade Invisível’

Apesar do longo intervalo, série mantém o interesse de expectador.

Com um hiato de pouco mais de dois anos, Cidade Invisível retornou para sua 2ª temporada em 22 de março na Netflix. A trama que traz o folclore brasileiro para o meio de nós veio com apenas cinco episódios, um a menos que a temporada anterior. Mas a ação ficou ainda mais evidente.

Atenção: Contém spoilers da série.

A história teve um salto de dois anos, necessário para explicar o crescimento da atriz Manuela Dieguez, que interpreta Luna e que já não é mais uma menininha. Uma vez que se passaram três anos entre as gravações da 1ª e 2ª temporadas (2019 e 2022, respectivamente). E como justificativa, Inês (Alessandra Negrini) diz que quando entregou Eric (Marco Pigossi) às águas para que o curassem, não sabia quando e nem onde o devolveriam.

Manuela Dieguez e Alessandra Negrini: personagem Luna cresceu também em Cidade Invisível
Manuela Dieguez e Alessandra Negrini: personagem Luna cresceu também em Cidade Invisível

O fato também explicou a mudança de cenário para Belém do Pará, ocorrida provavelmente por conta de tantas reclamações sobre a série mostrar personagens de lendas do Norte e Nordeste vivendo na cidade do Rio de Janeiro. Isso, obviamente, teve um preço: deixar alguns personagens e questões importantes sem resposta. Por outro lado, tivemos ganhos significativos.

++ Leia também: entenda quem são os personagens da série

Só o vínculo estabelecido entre Inês e Luna já valeria tudo. Ver a Cuca como guardiã da garota e ensinando-a a desenvolver seus dons foi simplesmente maravilhoso. Porém, o grande ganho provavelmente foi conseguir construir uma trama em torno do garimpo ilegal de ouro. Essa ameaça às nossas florestas que cresceu vertiginosamente nos últimos anos em função do enfraquecimento de políticas de proteção ambiental.

Os novos personagens são tão interessantes quanto os antigos, mas existem dois que merecem uma atenção especial: O menino Bento (Tomás de França) que dá vida a lenda do lobisomem, e a enigmática Débora (Zahy Tentehar) que representa a lenda de boiuna. Ambos com atuações tão boas quanto suas tramas. E quem também merece menção de destaque é Letícia Spiller, com a arrepiante Matinta Perê.

Mas sobre nosso herói, foi interessante a escolha dos roteiristas para seu destino nessa fase. Era esperado que a possessão de Corpo Seco trouxesse consequências a Eric, mas passar a tirar os poderes das entidades e desenvolver uma espécie de fome de poder provavelmente não era muito esperado. Também foi interessante como os outros reagiram a isso, mudando suas perspectivas sobre os dons, se aceitando e tendo orgulho de quem são.

O futuro de Cidade Invisível é incerto, ainda não houve confirmação de renovação. Mas pelo fim da 2ª temporada é notável que há vontade de continuá-la. E o desempenho de audiência foi ótimo no Brasil e no exterior, sendo que nas duas semanas seguintes à estreia permaneceu no top 10 de séries de língua não inglesa mundial da Netflix. Então acho que podemos esperar uma 3ª temporada, e talvez que outros personagens da 1ª retornem.
Nota: 8,5

Confira o trailer:

 

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