Batalha Bilionária: Uma disputa judicial quase desconhecida

Davi e Golias do mundo digital.

Qualquer pessoa que use computadores e internet no seu dia a dia pode dizer que o Google Earth foi uma invenção revolucionária. O que poucos sabem é que a Google já precisou responder judicialmente a uma acusação de plágio, por conta do código-fonte usado em seu famoso programa. É isso que a minissérie alemã Batalha Bilionária – O Caso Google Earth (The Billion Dollar Code), lançada na Netflix em 7 de outubro, mostra.

Criada por Oliver Ziegenbalg e Robert Thalheim (também diretor), a produção baseada em fatos reais usa como fonte os depoimentos dos envolvidos e os autos do processo realizado em 2014. E em quatro episódios descobrimos como os fundadores da ART+COM criaram o TerraVision, uma obra de arte midiática cujos algoritmos foram roubados por alguém que anos mais tarde “criou” o Google Earth.

Apesar de alterar os nomes dos envolvidos por questões judiciais e também dramatizar um pouco a fim de tornar a trama mais envolvente, os roteiro reproduz declarações reais. Em parte para evitar conflitos com a Google, mas também para transmitir autenticidade. Então o que vemos sobre a criação do TerraVision, o processo e o julgamento realmente aconteceu.

Mesmo com episódios de mais de uma hora de duração, o dinamismo da trama não deixa o espectador entediado. A história se divide em dois períodos: Na década de 1990, quando os personagens Carsten Schlüter (Leornard Scheicher) e Juri Müller (Marius Ahrendt) se conhecem em uma boate techno na recém-reunificada Berlim e iniciam seu projeto visionário; E 2014, quando ambos (interpretados respectivamente por Mark Waschke e Mišel Matičević) são treinados pelos advogados Lea Hauswirth (Lavinia Wilson) e Eric Spears (Seumas F. Sargent) para o julgamento. Os dois períodos se intercalam, nos deixando ansiosos para descobrir como as coisas foram de um ponto a outro. E o julgamento no último episódio é uma verdadeira montanha-russa de emoções.

Além dos aspectos da trama, como as peculiaridades do Direito Digital e amizade, temos um pano de fundo interessante. A ascensão do mundo virtual, a juventude em Berlim logo após a queda do muro, e como grandes empresas conseguem se livrar com facilidade de uma condenação. Mesmo quando estão errados

Não posso deixar de mencionar o documentário com o making of da minissérie, também disponível na Netflix. Em 28min vemos entrevistas com os membros da ART+COM, a equipe de produção da minissérie e parte do elenco. O que esclarece alguns pontos. Enfim, algo que vale muito a pena assistir.

Nota: 8,5

Confira o trailer:

 

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