‘Abracadabra 2’ é uma sequência merecida

Irmãs Sanderson retornam em uma aventura divertida e reparatória.

Demorou 29 anos, mas as irmãs Sanderson voltaram! Foi na última sexta-feira (30) que o Disney+ lançou o tão aguardado Abracadabra 2 (Hocus Pocus 2), a sequência do clássico da década de 1990 de Kenny Ortega. Agora Winie (Bette Midler), Sarah (Sarah Jessica Parker) e Mary (Kathy Najimy) retornam em um filme com roteiro de Jen D’Angelo e direção de Anne Fletcher, com enredo mais moderno e humor mais aguçado.

É noite de Halloween, e mais uma vez os moradores de Salem se divertem com a história das irmãs Sanderson. Também é o aniversário de 16 anos de Becca (Whitney Peak), uma garota ligada em ocultismo que adora frequentar a loja de Gilbert (Sam Richardson), localizada na antiga casa das irmãs bruxas. Ela e a amiga Izzy (Belissa Escobedo) fazem o tradicional ritual de aniversário, só não esperavam que dessa vez trariam as temidas bruxas comedoras de criancinhas de volta.

Dentre os aspectos positivos de Abracadabra 2 está o rompimento com o estigma de bruxa má. Calma, as irmãs continuam ruins de doer. Querendo devorar crianças e tudo. Só que com tudo que já foi exposto sobre as reais bruxas, mulheres que tinham um conhecimento a frente do seu tempo e que por isso mesmo eram temidas, a bruxa má se tornou algo batido e até mesmo ofensivo. Mas como concertar isso sem descaracterizar personagens tão icônicas?

A solução foi simples e ao mesmo tempo brilhante. Além de criar uma nova geração de bruxas, um flashback com a origem das irmãs deu uma motivação e mais profundidade a elas. Três garotas órfãs cuja sagacidade e excentricidade não eram vistas com bons olhos pela sociedade ultraconservadora em que viviam. Elas não são essencialmente más, as circunstâncias a levaram por esse caminho. E preciso dizer que o flashback foi tão bem elaborado e as atrizes escolhidas para serem as Sanderson adolescentes se encaixaram tão bem que não estranharia se a Disney resolver fazer uma série com elas. Na verdade, acho que faria mais sentido do que uma nova sequência, como ficou sugerido na cena pós créditos.

Apesar de algumas críticas negativas à nova geração, as três personagens que precisam impedir as Sanderson de efetuar o feitiço para conseguir o poder supremo são mais carismáticas que o jovem trio do primeiro filme. Em especial Becca, a menina que descobre ter poderes também, e que tem mais presença. Izzy é a amiga divertida, enquanto Cassie (Lilia Buckinghan) é aquela que se afasta por causa do namorado mas sente falta das amigas. Elas trazem uma mensagem clichê mas verdadeira sobre o poder da amizade. E além de mostrarem uma ótima química com as Sanderson, contribuíram para que elas atingissem a redenção.

O humor também está mais aguçado, mais moderno. É preciso reconhecer que embora o original seja divertidíssimo, algumas coisas (não só o contexto de bruxa) envelheceram mal. Então repaginar o humor era necessário. Mas não se preocupe, isso não prejudicou Winie, Sarah, Mary e nem Billy Butcherson (Doug Jones). Na verdade parece que ressaltou ainda mais seus caracteres.

O final é um tanto água com açúcar, mas cumpre seu papel. É um fim digno, e pode-se dizer que um tanto feminista. Em suma, embora Abracadabra 2 não seja um filme perfeito, é uma sequência que faz jus ao original e compensou o tempo de espera. Um ótimo entretenimento. Trazer as irmãs Sanderson de volta valeu a pena.

Nota: 8,5

Confira o trailer:

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