Antonio Banderas, Meryl Streep, Gary Oldman… Com tantos atores marcantes seria difícil A Lavanderia não ser, no mínimo, uma história interessante. A direção de Steven Soderbergh (Contágio) parece ser mais um amaciante, com o perdão do trocadilho inadequado. Afinal, o nome do filme diz respeito a lavagem de dinheiro.
Os milionários Ramón Fonseca (Antonio Banderas) e Jürgen Mossack (Gary Oldman) lideram um escritório no Panamá, onde gerenciam dezenas de empresas de fachada. Um de seus “CNPJs” é envolvido no pagamento de uma indenização à viúva Ellen Martin (Meryl Streep), após seu marido Joe (James Cromwell) falecer em um acidente de barco. Sem receber sua indenização, ela decide investigar por conta própria a empresa que não cuidou de seu seguro.
A Lavanderia é quase didático ao explicar como todo esquema da lavagem de dinheiro, baseado em fatos reais, ocorre. Com a ajuda dos “professores” Banderas e Oldman tudo é destrinchado para o espectador em um misto de teatro e narrativa audiovisual.
Como documentário, é uma farsa. E como entretenimento? É educativo. Ou seja, outra farsa. Mas do bem, é claro.
Soderbergh tem vários desafios em dirigir uma história tão difícil, mas consegue com uma direção competente que não deixa espaços para a perda de ritmo. As atuações ajudam assim como uma sensação de que os sotaques de cada atuação nos fazem viajar tanto quanto o dinheiro de fachada. Afinal, quem é o culpado?
A Lavanderia, para quem não sabe, é baseado no famoso caso dos Panama Papers, com reflexos em todo mundo inclusive no Brasil. Se há algum legado deste filme é tornar o caso ainda mais pop e mais conhecido. Em tempos de banalização do que é corrupção, vale a pena assistir e refletir.
Nota: 7
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