A Identidade Bourne
A Identidade Bourne

‘A Identidade Bourne’ é um livro mais interessante que o filme?

História de Robert Ludlum foi adaptada seguindo um caminho bem diferente

Lançado em 1980, A Identidade Bourne já havia sido adaptado para os cinemas quando Matt Damon e Doug Liman se interessaram pelos direitos da história no que resultou em cinco filmes (em um Damon não atuou e seu personagem é apenas referenciado). Mas será que a história de Robert Ludlum segue a máxima de que o livro é sempre melhor que o filme?

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Ludlum, falecido em 2001, deixou um personagem apaixonante que superou seu criador e segue vivendo em novas histórias escritas por novos autores. O autor tinha um estilo verborrágico marcado por mais palavras do que profundidade, mas seu primeiro romance com Jason Bourne não perde o ritmo e torna a jornada de autoconhecimento do personagem mais interessante a medida que cada capítulo vai passando.

Assim como nos filmes com Damon, A Identidade Bourne começa com um misterioso náufrago resgatado por um navio pesqueiro e que não se recorda de absolutamente nada da sua vida pregressa. Aos poucos, ele descobre um nome: Jason Bourne. Mas será seu verdadeiro nome? E como isso explica as habilidades extraordinárias que o amnético aventureiro vai descobrindo em sua jornada?

É muito difícil para qualquer autor não soar datado se ele quer fazer um livro que soe como real na época em que escreveu. Ludlum fez uma narrativa cujo principal antagonista é um certo Chacal, famoso terrorista que levou medo ao primeiro mundo nos anos 80. Não melhora muito erros de narrativa em relação ao gênero como, por exemplo, a personagem Marie (nos cinemas interpretada por Franka Potente) ser uma simples analista que é sequestrada e violentada por Bourne, mas acaba… Apaixonada por ele! Oi?

Ignorando estas gafes de algo datado, A Identidade Bourne segue um livro interessante pelo seu personagem mas é cada vez mais óbvio que as equipes de cinema e TV subiram o patamar do universo criado pelo Ludlum. Melhor para o nome do autor, que segue relevante mais de vinte anos depois de sua morte. O que mais um escritor quer?

Nota: 8

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