A cor púrpura – The color purple

Como mencionei na outra resenha do Desafio Literário Popoca de setembro, nasci em 1982, então minha lista de livros lançados nesse ano estava bastante interessante. Já que precisei confessar isso (porque é inútil esconder em tempos de Google), aproveito para confessar que esse foi um tema muito legal para mim porque setembro é o mês do meu aniversário. Fazer as resenhas para o Popoca tem as suas regalias.

spoiler free

Enfim, depois de ler um livro que virou filme, acabei por escolher um que, além de ter ganho o Pulitzer, virou filme oscarizado, e depois um musical que ganhou o Tony: A cor púrpura. Além desses motivos óbvios, outro é que eu já o tinha no meu kindle, outro é que estou dando preferência a leituras de livros escritos por ou mulheres ou não-brancos ou não-americanos. E Alice Walker se encaixa em duas dessas categorias.

Hora de mais uma confissão: não sei precisar exatamente o porquê, mas sempre imaginei que esse livro seria chato, ou focado demais em sofrimento desnecessário dos personagens, e fiquei muito feliz em me descobrir redondamente enganada em todos esses aspectos. Tem sofrimento, claro, mas não é o ponto principal da história, nem o foco maior dos narradores, visto que o livro é escrito em cartas trocadas entre duas personagens.

Também fiquei satisfeita em ver que o livro não se restringe ao racismo no sul dos EUA, mas também à questão de gênero, especialmente do machismo na comunidade negra, e também em questões de orientação sexual. E no tema preconceito o livro também trata de outros ramos menos explorados, como o preconceito entre os negros, os africanos e americanos, especialmente no relacionamento entre missionários cristãos, negros, e os nativos africanos.

Não é a toa que o livro é um best-seller, as personagens são simplesmente cativantes e lindamente construídas, coisa de dar gosto de ler, Celie, Nettie e Shug são divinas, maravilhosas e lindas. Não sei como ficou a tradução para o português, mas a escrita de Celie, com todos os seus erros, é de uma graciosidade incrível. De tirar o chapéu para Alice Walker.

Nota 10!

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