O Canadá e a América do Norte escondem surpresas como The Librarianist, do escritor canadense Patrick deWitt. Publicado apenas em inglês, é um romance interessante ao explorar não exatamente livros, mas a discreta figura de um bibliotecário por tras deles. No caso, o termo Librarianist é menos uma tradução do termo e mais um novo significado (em inglês , uma palavra extremamente antiga) que indica um expert em biblioteconomia. Um livro ideal para o mês de abril do Desafio Literário de 2024.
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Bob Comet é um bibliotecário recém-aposentado que passa seus dias solitários cercado por livros e pequenos confortos em uma casa cor de menta em Portland, Oregon (mesmo lugar onde vive DeWitt, diga-se). Certa manhã, em sua caminhada diária, ele encontra uma idosa confusa, perdida em um mercado, e a leva de volta ao asilo que ela mora. Na esperança de preencher o vazio que conhece desde que se aposentou, ele começa a trabalhar como voluntário no centro. Aqui, enquanto uma comunidade de colegas estranhos se reúne em torno de Bob, e após um encontro casual com uma complicação dolorosa de seu passado, os eventos de sua vida e detalhes de seu personagem e da idosa são revelados. Por trás da máscara de homem pacato de Comet, está a história de uma criança infeliz durante os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, do amor verdadeiro conquistado e roubado, do propósito e orgulho encontrados na vocação de bibliotecário.
DeWitt tem um estilo que mistura comédia e melancolia no mesmo parágrafo. Se as experiências de Bob são marcadas por tristeza, sua falta de trato social também e o livro nos dá muito com o que chorar e rir com ele. Curiosamente, o próprio Bob é quase tão introvertido quanto incapaz de guardar ressentimentos. Exceto num ponto de virada fundamental para sua jornada e The Librarianist. Com uma historia inimitável que vai para frente e para tras no tempo, humor e excluídos, deWitt escreve um documento sobre a condição de ser um introvertido e apaixonado por livros.
Nota: 9