Maria Sklodowska-Curie foi uma das mulheres mais brilhantes e geniais que já habitou este planeta. Mais conhecida como Marie Curie, ela foi a única pessoa a receber dois prêmios Nobel em áreas diferentes: Física e Química. E junto com seu marido Pierre Curie descobriu dois elementos, o Rádio e o Polônio. É a história dessa mulher maravilhosa que vemos no filme Radioactive, que estreou na Netflix dia 15 e ocupa o quarto lugar no Top 10 nacional da plataforma.
Com direção de Marjane Satrapi, o filme é uma adaptação da HQ Radioactive: Marie & Pierre Curie: A Tale of Love and Fallout de Lauren Redniss (ainda não publicada no Brasil). Não vemos muito do início da vida de Marie (Rosamund Pike) na Polônia, praticamente começamos do ponto em que ela conhece Pierre (Sam Riley) em Paris. O que não chega a ser uma falta grave, mas já mostra de início ser uma biografia um tanto atropelada.
É um tanto incômodo ver uma trajetória tão rica quanto a de Marie Curie resumida de forma tão brusca. Se a exemplo de outras cinebiografias o filme escolhesse focar em um período específico da vida da cientista, talvez o resultado fosse mais proveitoso. E embora Radioactive tenha grande enfoque no trabalho que envolveu a descoberta do Rádio e Polônio, a trama tenta fazer um apanhado de toda sua vida até o fim. Dando apenas pinceladas em fatores que mereciam mais destaque, como o preconceito por ser uma mulher na ciência e a jornada dupla de cientista e mãe na virada do século XX.
Mas o longa tem seus méritos. A parte visual é impecável. Desde a cenografia que reconstrói a Paris do fim de 1800 e início de 1900, até o uso de recursos visuais como iluminação em neon que ressaltam a vanguarda de Marie Curie. Houve o brilhante uso de cenas que mostraram as formas como suas descobertas foram usadas pela humanidade, seja para o bem ou para o mal. E não se pode deixar de mencionar as atuações excepcionais, especialmente de Rosamund Pike que entregou com perfeição a força e obstinação de Marie Curie. Tudo isso me leva a pensar que uma minissérie com esse formato seria deslumbrante.
Mesmo com suas falhas, Radioactive tem o mérito de poder popularizar a história de uma mulher tão brilhante. Pois é um tanto frustrante para mim saber que tantos ainda desconhecem a grande Marie Curie. Se você é uma dessas pessoas, talvez seja uma boa oportunidade de conhecê-la.
Nota: 8,5
Confira o trailer: