O gênero de filmes de super-heróis sempre foi alvo de desconfiança e não é preciso acompanhar as indicações ao Oscar para deduzir isto. Basta ler a respeito em revistas de cinema ou TV e lembrar de polêmicas como a preocupação de Martin Scorcese com o atropelo comercial dos filmes Marvel. O fato é que desde que um homem voando estreou nos cinemas, a crítica e o mercado sempre se esforçaram para vê-los como algo menor do que filmes ditos mais sérios.
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Não é exatamente um fenômeno novo. O gênero Fantasia já passou pelo mesmo problema até que Peter Jackson e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei abocanhasse vários Oscar em uma noite. Um filme de super-herói já chegou a esse sucesso com premiações para atores, mas nenhum reinou absoluto como as adaptações da obra de JRR Tolkien. E talvez nunca reine. Ou precise reinar.
Hoje, filmes de super-heróis contam com lançamentos quase mensais e para muita gente esse número pode levar ao esgotamento da fórmula. Mas daqui o problema parece outro. O público e fãs sempre vão amar bons filmes mas é cada vez mais difícil achar um quando os produtores parecem dispostos a recorrer a produções que simplesmente têm um personagem com fãs, usa elementos que fizeram sucesso nos quadrinhos mas não se importa com os princípios básicos para um bom filme. Ou é um bom filme que por acaso usa um super-heroi e não tem lá muito a ver com os quadrinhos.
É possível até aumentar o número de lançamentos de filmes de super-heróis mas apenas se Disney e Warner, que puxam esse mercado, fizerem uma autocrítica sincera sobre o que querem. Boas histórias sempre terão espaço mas filmes bobos são esquecidos rapidamente.