Final de ‘The Handmaid’s Tale’ mostrou que a luta contínua

Série traz a importância da luta pela liberdade

Em 04 de junho o Paramount+ liberou o último episódio de The Handmaid’s Tale aqui no Brasil, apenas uma semana após a transmissão original nos Estados Unidos. A saga de June (Elizabeth Moss) chegou ao fim, mas a sua história – bem como a existência de Gilead – ainda está longe de acabar.

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Ao longo de suas 6 temporadas a série The Handmaid’s Tale nos fez torcer pelo fim do Estado teocrático de Gilead. Possivelmente porque o universo distópico criado por Margaret Atwood (autora do livro que deu origem à série) em 1985 se mostrou assustadoramente próximo da realidade com a ascensão da extrema direita na política mundial. Mas como em 2019 a escritora resolveu escrever uma continuação intitulada Os Testamentos, sabíamos que talvez o fim da série não fosse o fim de Gilead. (Sabemos como emissoras e serviços de streaming são. $$$) E quando a produção do spin-off The Testaments foi confirmada, isso ficou claro como o dia.

A questão então passou a ser como os roteiristas encaminhariam a história a fim de conduzi-la para o spin-off. Não faltaram reviravoltas magistralmente orquestradas, e vários “agora vai” seguidos de “ah, não!”. E mesmo tendo The Testaments no horizonte, os roteiristas fizeram questão de mostrar que podiam surpreender até quem leu o livro. O que fez com que nenhum personagem estivesse seguro.

A verdade é que mesmo a 6ª temporada de The Handmaid’s Tale não trazendo a aniquilação de Gilead, trouxe rupturas severas. Sendo que até certo momento até isso parecia inalcançável. Mas iniciar a derrocada no casamento de Serena (Yvonne Strahovski) foi genial. Com o plus de que também foi o momento em que ela própria percebeu que Gilead nunca mudaria, nunca seria um lugar seguro para mulheres. E que Comandantes não são confiáveis.

The Handmaid’s Tale encerra trajetória mostrando como a luta não tem fim
Série The Handmaid’s Tale encerra trajetória mostrando como a luta não tem fim

The Handmaid’s Tale chegou ao fim não só com gostinho de quero mais, mas com o sentimento de esperança no futuro. Encerrar a série com Luke (O-T Fagbenle) e Holly (Cherry Jones) sugerindo a June que escrevesse um livro foi uma grande sacada. Não só pela ligação com o texto original, mas por nos remeter ao início da série. Com June retornando à casa dos Waterford – agora em ruínas – repetindo aquelas palavras que outrora ouvimos em off. Porém, marcantes foram suas palavras de despedida para a pequena Nicholle/Holly:

Não estou segura e nem você está. Eles nunca vão parar de vir atrás de nós. E mesmo quando não existirmos mais, virão atrás de nossos filhos e nossos netos. Lutar pode não nos dar tudo, mas não temos escolha. Porque não lutar foi o que nos trouxe a Gilead. E Gilead não precisa ser derrotada, precisa ser aniquilada. Você me ensinou a lutar. E você me conhece bem. Sabe que não vou desistir.”

June também partiu com a missão de reencontrar Hannah (Jordana Blake). Infelizmente, sabemos que demorará para ela se unir novamente às filhas. The Testaments trará Hannah e Nicholle interpretadas, respectivamente, por Chase Infiniti e Lucy Halliday. Ann Dowd retornará como Tia Lydia, e há possibilidade de revermos ocasionalmente, além de June e Luke, personagens que continuam na luta como Moira (Samira Wiley) e Rita (Amanda Brugel). As produções começaram em abril, e há a possibilidade de estreia ainda no fim do ano. Embora o mais provável é que ocorra apenas em 2026. A série mostrará o fim de Gilead por dentro, e mal podemos esperar por isso.

Nota: 9

Confira o trailer da temporada:

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