Martin Scorcese é um dos maiores diretores de sua geração. Não é a toa que sua crítica descabida aos filmes da Marvel teve tanta repercussão e gerou um debate sobre o cinema mundial. Assistindo O Irlandês a gente nota um pouco dos motivos do cineasta ter tanto ressentimento quanto aos filmes de super-heróis.
Afinal, o filme já parte de usar seus efeitos especiais para rejuvenescer Joe Pesci, Robert de Niro e Al Pacino ao invés de criar grandes viagens no tempo ou coisa parecida. Para Scorcese, foi uma ótima chance de criar uma unidade em seu filme que não teria em outros tempos. Em O Poderoso Chefão 2, ele teve De Niro como um jovem Don Corleone ao invés de Marlon Brando, que ainda estava vivo.
Para Scorcese tudo depende da motivação de seus personagens e como suas ações o transformam. A ação não existe além do que chamamos de ação dramática. O Irlandês tem cenas de lutas e explosões, mas só o suficiente para não poder ser chamado de um filme de ação. E esta talvez seja a bronca do diretor.
Qualquer filme da Marvel, por mais profundidade dramática que possua, estará nas prateleiras como ação e não drama. Ao menos até que “super-herói” vire um gênero como ficção científica. E, para Scorcese, isso torna tudo menor e mais pop do que o cinema deveria ser.
Vale a pena ler também a opinião de Pablo Villaça.