Ao lado de Judas e o messias negro, temos Uma Noite em Miami (One Night in Miami) como um importante filme sobre o movimento de direitos civis nos Estados Unidos. Desta vez não é uma história baseada em fatos reais, mas uma ficção usando personagens históricos. Um encontro entre Muhammad Ali (Eli Goree), Malcom X (Kingsley Ben-Adir), Sam Cooke (Leslie Odom Jr., indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante) e Jim Brown (Aldis Hodge) nos anos 60.
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Naquele momento, todos conviviam com as pressões sociais que pessoas negras sofriam nos Estados Unidos. O filme pressupõe como ambos lidariam com seu papel no que a sociedade norte-americana poderia virar desde então. É importante lembrar que Malcom e Sam morreram assassinados tempo depois da data do encontro fictício.
Há um conflito claro entre as obrigações de cada celebridade com a sociedade em que vivem. Não é exatamente uma novidade. Quantas vezes Pelé não foi cobrado por não enfrentar a ditadura militar? Martin Freeman respondeu por anos sobre suas declarações evasivas sobre racismo nos Estados Unidos até mudar de ideia. O roteirista Kemp Powers teve a ideia do conflito entre Cooke e Malcom X ao refletir sobre sua condição como único roteirista negro em Star Trek: Discovery. Uma Noite em Miami é baseada em um texto seu para o teatro.
Do início ao fim, a direção de Regina King mostra um arsenal de recursos para transformar esta dramaturgia em ótimo cinema. E nos fazer sentir saudades do auge das pessoas célebres que vemos retratadas. Uma Noite em Miami pode ser falso como documentário, mas é concreto e verdadeiro como um sonho de uma sociedade mais justa. E menos cruel.
Nota: 9
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