Com uma roupagem familiar, Minari é um filme ousado em muitos sentidos. Depois do sucesso avassalador de Parasita, ainda parece incrível que Hollywood tenha favorecido um filme que tem boa parte dos diálogos em coreano e mostra os Estados Unidos como uma terra estranha. Apesar disso, a história de imigrantes nos Estados Unidos está longe de ser algo tão diferente.
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Dirigido por Lee Isaac Chung, Minari tem como principal mérito dar espaço, texto e chance de brilho para atuações extraordinárias. Duas indicadas ao Oscar: Youn Yuh-Jung (melhor atriz coadjuvante), no papel da avó, e Steven Yeun (melhor ator), como Jacob. Este último conhecido pelo público brasileiro pela sua atuação em Walking Dead. O elenco é tão afiado que apesar das duas indicações soa injusto o esquecimento de Han Ye-ri (Monica) e do pequeno Alan Kim (David), que têm um desempenho emocionante. Will Patton, como o ocidental Paul, completa a tríade-que-merecia-uma-indicação.
Chung dirige um filme comovente, mas sem grandes surpresas. É um enredo edificante sobre superação com o checklist completo do gênero. Seu maior mérito é não exagerar ou esquecer desse drama na chegada ao fim. Porém, depende mais dessas atuações do que na sua própria direção para manter o espectador ligado embora a Academia tenha reconhecido a trilha sonora do filme como digna de uma indicação.
De todo jeito, talvez a melhor coisa do filme seja a vontade de ver mais da cultura oriental inserida no ocidente norte-americano em novas histórias. Há um universo apaixonante e Minari pode ter aberto essa porta. Mas só seguirá aberta e escancarada com novas histórias.
Nota: 7.5
Confira o trailer de Minari: