Game of Thrones: a grande batalha

E finalmente chegou a tão prometida grande batalha de Game of Thrones. Winterfell deveria lutar não apenas por sua sobrevivência, mas pela vida de todas as criaturas. O exército dos mortos avançava tendo como objetivo destruir os vivos e apagar qualquer memória que pudessem carregar. Essa batalha, construída lentamente desde a primeira temporada da série, precisaria ser grandiosa, maior do que qualquer outras que tenha sido exibida na série.

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Com certeza é difícil criar um critério para definir se uma batalha é maior ou menor, mas o que chama a atenção no tamanho da batalha dos vivos contra o exército do Rei da Noite é a carnificina generalizada. Chega um momento do episódio em que fica difícil de saber se tem alguém vivo além dos protagonistas. Nesse aspecto, considerando que é um gigantesco massacre sangrento, com certeza é essa a maior batalha vista até hoje na série.

A representação do ataque dos mortos dialoga muito com coisas que vemos em outros programas, em especial os de zumbis. Em alguns momentos parece o ataque de uma grande horda zumbi num contexto medieval. Claro que é melhor produzido do que esse monte de séries e filmes sobre zumbis que viraram moda. Inclusive, no começo do episódio utiliza-se um forte elemento de suspense, colocando o espectador em um estado de espera torturante.

(spoilers a partir da daqui)

Contudo, além das batalhas, Game of Thrones sempre traz as questões pessoais. Em um episódio centrado na ação ficaria difícil fazer grandes reflexões psicológicas, mas acaba-se destacando o papel que alguns dos personagens vão cumprindo. E alguns destaques se sobressaem. Melisandre surge de algum lugar do mundo para literalmente colocar fogo nas espadas de parte dos guerreiros. Depois de dar um último incentivo para Arya, cumprida sua tarefa de séculos para o Senhor da Luz, Melisandre finalmente encontra a paz na morte.

Outros personagens acabaram sendo subaproveitados, em especial Daenerys Targaryen e Jon Snow. Sua importância esteve reduzida a conduzir os dragões no campo de batalha, para eliminar parte do exército de mortos. No final estavam basicamente lutando pela sua sobrevivência, completamente acossados, assim como todos os bravos guerreiros que se colocaram sob a bandeira dos vivos.

Essa questão do exército dos mortos inclusive é algo que sempre teve um elemento curioso, afinal o alistamento dos subordinados do Rei da Noite não era por vontade própria. E uma das grandes cenas mais esperadas do episódio era justamente o momento em que os mortos seriam levantados e mudariam do exército dos vivos para o exército dos mortos. O problema é que todos os mortos se levantaram, inclusive aqueles enterrados em Winterfell, na cripta onde mulheres, crianças e homens não-guerreiros se escondiam. Essa parte, infelizmente, foi pouco explorada.

O grande destaque do episódio, muito à frente de todos, certamente foi Arya. Seu arco, que começa no desamparo e no isolamento e foi até a coragem e a crueldade, a preparam para enfrentar aquilo. E a ter a disposição de fazer o que fosse preciso para garantir a vitórias dos vivos. Muitos personagens teriam a coragem de enfrentar o Rei da Noite, mas poucos conheciam a morte tão intimamente como Arya. Não havia pessoa mais perfeita para cumprir aquela tarefa, levando ao auge um dos arcos mais brilhantes Game of Thrones. O problema é que ainda há pessoas vivas na lista de Arya, e com certeza a jovem Stark vai se sentir ainda mais forte para matar Cersei…

(fim dos spoilers)

Como era óbvio, os vivos venceram. O que restava saber era basicamente como se daria essa vitória e quem sobreviveria à grande batalha. O episódio foi bem pensado e bem dirigido, ainda que tenha deixado algumas brechas. O ritmo da batalha é conduzido de tal forma a se chegar ao grande momento em que o Rei da Noite quase alcança o que veio buscar. Não há nesse episódio tensões políticas ou o desenvolvimento de grandes dramas pessoais, que serão trabalhados na próxima semana, centrado no impacto da morte de alguns personagens. Esse episódio de Game of Thrones entrega o que prometeu, ou seja, uma batalha gigantesca, com um ritmo tenso e que agora coloca os subversivos dos Sete Reinos rumo a sua próxima tarefa: tomar o trono de Cersei.

 

Nota: 9

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