Para o mês de fevereiro do Desafio Literário Popoca, resolvi dar um tiro no escuro com o livro da francesa Lolita Pille, Blubble Gum. Em outras palavras, pelo blurb do livro eu supus que uma história sobre um mega ricaço e uma aspirante a modelo e atriz certamente deveria ter uma festa importante.

spoiler free

Claro que eu acertei em cheio. Bubble Gum conta a história de Derek, dono de uma empresa de petróleo e de um grande conglomerado de outras empresas, e de Manon, uma francesa do interior. Derek e Manon não poderiam ser mais diferentes e mais parecidos. Os dois detestam a vida que levam, por motivos extremamente diferentes, claro. Derek sofre de tédio porque não existe nada que ele não possa fazer ou ter. Manon sofre de tédio porque não tem nada para fazer na sua cidade natal.

As soluções que eles encontram também são diferentes, Manon vai para Paris testar a sorte como modelo. Derek resolve testar o limite do possível ao escolher alguém para destruir. A partir daí o livro é uma das histórias mais bizarras e surreais que já li na minha vida.

Numa trama enlouquecida, Lolita Pille faz uma crítica bastante contundente à sociedade de consumo desenfreado e a consequente coisificação das pessoas. Nenhum dos personagens é gostável, são todos loucos, megalomaníacos e egoístas ao extremo. Mas o livro foi feito para ser assim.

Confesso que fiquei bastante dividida. Por um lado o livro é maravilhoso, por outro, a coisa toda é tão extrema e enlouquecida e detestável que a leitura se torna pesada. Não é um livro para quem quer ler para relaxar. E se você tem gatilhos com violência, sexo ou uso de drogas é melhor passar longe também.

Mas preciso dizer que apesar ou por causa dessas coisas todas, adorei o livro.

E a autora, depois de lançar três livros com bastante sucesso de público (Hell em 2003, Bubble Gum em 2004 e Cidade da Penumbra em 2008), mas nem tanto sucesso entre os críticos literários, com um deles, Hell, virando filme em 2006, simplesmente sumiu. Quer dizer, ela tem um instagram pouquíssimo acessado… e só.

Uma pena, adoraria ler mais obras dela.

Nota 8,5.

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