Misteriosamente, pessoas começam a se matar de formas cada vez mais bizarras. Há algo no ar e está fazendo todos perderem o controle. Mas como reagir? A única saída é não olhar para o que está lá fora e enlouquece a todos.  No meio de tudo, Malorie (Sandra Bullock) é uma artista cética e grávida, que precisa sobreviver em um mundo sem nenhuma esperança. É esta a história de Birdbox, do Netflix.

Por trás da direção densa e delicada de Susanne Bier há a noção de dar ao espectador toda claustrofobia existencial de um mundo insano. Sandra Bullock é um veículo para este terror, em uma história que tira todos do sofá mas com qualidade. A trama segue duas histórias: a do presente, em que Malorie busca escapar para um abrigo mais seguro, e a do passado, em que explica como ela e as crianças chegaram até ali.

Não é fácil atuar em um filme de suspense ou horror sem recorrer a trejeitos fáceis. O elenco consegue elevar o nível do gênero e transformar Birdbox em algo melhor do que uma história repleta de sustos.

Spoilers

O roteiro de Eric Heisserer ajuda, mas a direção provou seu maior acerto quando evitou dar cara a força que enlouquece a todos. O final talvez referencie o clássico Ensaio Sobre a Cegueira, mas de uma forma poética e singela, que, possivelmente, Saramago aprovaria. Entretenimento com “e” maiúsculo.

Nota: 8

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