X começa de um tema comum de Lovelace, com Amanda Seyfreid, ao colocar a indústria de filme pornô como um ponto de partida dos sonhos de aspirantes a fama que não têm porta aberta em Hollywood. Porém, se na cinebiografia da ativista contra a objetificação feminina a violência era a exposição da indústria pornográfica, a produção com Mia Goth coloca uma pureza quase inacreditável frente aos perigos de uma viagem com os amigos para uma casa isolada. O filme estreia nesta quinta-feira (11) em cinemas brasileiros.
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Wayne Gilroy (Martin Henderson) tem um plano. Com sua namorada Maxine (Mia), o amigo bem dotado Jackson Hole (Kid Cudi) e Bobby Lyne (Brittany Snow) ele acredita que pode faturar alto com um filme pornô de custos baixos e transas intensas. Com o diretor de fotografia RJ Nichols (Owen Campbell) e sua assistente (e namorada) Lorraine (Jenna Ortega) ele aluga uma casa isolada para ser seu set de filmagem sem imaginar que o misterioso Howard (Stephen Ure) pode ser bem mais – e bem pior – que um locatário mau-humorado.
X se vende como um filme de terror que usa a indústria pornô como ponto de partida para sua história e, talvez, debater o conservadorismo estadunidense com sexo e violência. Essa intenção fica na superfície. A proposta do roteiro e direção de TI West esbarra na pressa de mortes pouco criativas e com a sanguinolência de sempre. O máximo de conflito dramático sobre sexualidade esbarra na vontade de uma personagem feminina em se testar nesse tipo de filmagem. Lovelace já explicou como isso termina.
O maior mérito de West é não insistir nessa escavação e dar aos amantes de terror o que querem. Ou seja, X pode até parecer diferente, mas como é dito na própria história é um filme de terror. Nesse ponto, dos mais comuns. Mas tem aquela embalagem de algo mais interessante e intelectual do que é. Talvez seja melhor tomar um susto se achando mais inteligente.
Nota: 7
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