‘Vikings: Valhala’ não é perfeita, mas serve

Cem anos depois da saga Lothbrok…

Se Vikings foi um grande sucesso inesperado, seu spin-off já começou com uma base sólida de fãs. Isso porque desde 2013 a série criada por Michael Hirst para o History Channel foi atraindo curiosos pelas jornadas de Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) e seus descendentes, que se apaixonaram pela saga. E boa parte desses apaixonados aguardava ansiosamente por Vikings: Valhala, que chegou ao Netflix em 25 de fevereiro.

++ Leia também: Vikings e o fim da saga Lothbrock

A trama se passa cerca de 100 anos após o desfecho da série original. Introduzindo com o terrível Massacre do Dia de São Brice, ocorrido em 13 de novembro de 1002, Vikings: Valhala foca em três jovens personagens: os irmãos groenlandeses Leif Eriksson (Sam Corlett) e Freydis Eriksdotter (Frida Gustavsson), e Harald Sigurdsson (Leo Suter). Seus caminhos se cruzam enquanto buscam vingança, e se veem tendo que questionar lealdades, crenças e destinos.

Dizer que a série toma algumas liberdades poéticas seria eufemismo. Tudo bem que a série mãe já não era 100% historicamente fiel, mas Jeb Stuart (criador e roteirista de Vikings: Valhala) usou e abusou do recurso. Fazendo personagens que nasceram em períodos diferentes contracenarem e guerrearem juntos. Vou até deixar o link de uma breve explicação da linha do tempo da série.

A maior liberdade, porém, pode ser vista na personagem Jarl Estrid Haakon (Caroline Henderson). Representada como uma mulher negra que lidera a agora grande cidade portuária de Kattegat, a personagem é, na verdade, uma amalgama de figuras históricas. É que Jarl Haakon era na realidade um homem branco. Mas a mudança foi pensada como uma representação de como os vikings viajavam e assimilavam outras culturas. Como o contexto tem base e a personagem é muito legal, diria que foi uma boa alteração.

É verdade que Vikings: Valhala não tem o apelo e carisma da original. Mas talvez fosse querer um pouco demais que as duas ocupassem o mesmo patamar. Nem a qualidade é a mesma, já que a atual já começa com personagens demais e furos de roteiro. Porém, existe um bom potencial para evolução. E as discussões sobre intolerância religiosa são potentes e necessárias. Sem falar do fan service de primeira.

A 1ª temporada, com 8 episódios, foi campeã de audiência em sua semana de estreia. Garantindo assim a renovação por, pelo menos, mais duas temporadas. O que talvez não tenha tanto mérito da audiência, sendo que de início a Netflix já encomendou 24 episódios logo de cara. E a 2ª temporada foi rodada junto com a 1ª. Mesmo assim, só deve ser lançada ano que vem. Nos resta aguardar para ver se Vikings: Valhala ainda irá nos conquistar.

Nota: 7,5

Confira o trailer:

 

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