Triste Fim de Policarpo Quaresma talvez seja o grande exemplo do pré-modernismo da literatura brasileira. No romance de Lima Barreto, o major Policarpo sucumbe à burocracia e crueldade da sociedade do país após tentar consolidar seus ideias para o Brasil como tornar a língua tupi-guarani oficial entre outras “patriotices”.
++ Dom Casmurro e o enigma de Capitu
Policarpo alterna entre o ufanismo e a inocência em um mundo onde o segundo não cabe e o primeiro está fadado ao fracasso. Um Brasil sem lugar para o Brasileiro mais apaixonado pelo conceito de brasilidade. Talvez o maior mérito de Lima Barreto seja o de se manter atual tantos anos depois. Seu romance versa desde o academicismo até os problemas rurais em um país em que o agro é pop e participa da ascensão do autoritarismo no Brasil.
Tanto tempo depois, Triste Fim de Policarpo Quaresma permanece necessário e já poderia ser assunto aqui no POPOCA, talvez o site geek/nerd mais preocupado com literatura, pela sua relevância. Em sua terceira parte, Policarpo termina preso e sentenciado a prisão. Daí, o título do livro. O major termina só, desiludido e assassinado pelo Estado que lutou para ajudar a criar, vítima dos mesmos positivistas que escreveram “ordem e progresso” na bandeira verde e amarela.
Nenhum amigo vai socorre-lo além de sua afilhada Olga, que termina o romance resoluta e serena. Será que algum dia Lima Barreto se sentiu assim? Será que algum dia nós estaremos assim?
Nota: 10
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