‘Robô Selvagem’ é uma aventura emocionante

Filme é encantador, divertido e tocante.

Vez ou outra cometemos o erro de subestimar um filme pela sua premissa. Mas, quando esse filme recebe três indicações ao Oscar, talvez haja algo especial ali. É o caso de Robô Selvagem (The Wild Robot), animação da DreamWorks que concorre aos prêmios de Melhor Animação, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som.

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ROZZUM 7134 (Lupita Nyong’o) é um robô projetado para realizar qualquer tipo de tarefa, mas que se vê num local bem diferente do para o qual foi planejado: uma ilha selvagem. Alterando a própria programação para se comunicar com os animais e realizar uma tarefa autodelegada, “Roz” descobrirá que gentileza é uma ferramenta de sobrevivência.

Inspirada na trilogia literária homônima de Peter Brown (da qual apenas o primeiro livro foi publicado no Brasil, pela Editora Intrínseca), Robô Selvagem se mostrou uma surpresa encantadora. Não só pelo visual belíssimo, que, segundo o escritor e diretor do filme, Chris Sanders, é inspirado nas animações clássicas da Disney e obras de Hayao Miyazaki, mas também porque a aparente simplicidade da trama provoca uma profusão de sentimentos. O filme aborda a relação entre tecnologia e natureza, além de tratar de temas universais como identidade, pertencimento e maternidade.

Quando Roz assume para si a tarefa de criar o filhote de ganso anão Bico Bonito (Kit Connor), temos a sensação de que a trama tomará um rumo de “Patinho Feio”. Em parte, isso é verdade, já que inicialmente Bico Bonito é rejeitado por boa parte de seus semelhantes. Além disso, como bem diz Fink (Pedro Pascal) em certo momento, gansos anões não sobrevivem muito tempo na natureza. Mas, graças à dedicação e carinho dessa estranha família, ele não só sobreviveu como desenvolveu todo seu potencial.

É curioso como Robô Selvagem usa um robô e animais para tratar de temas tão humanos. Quando até mesmo a proteção do meio ambiente passa a ser vista como tabu por alguns estúdios, que alegam querer evitar temas políticos, fica claro que se trata de uma questão de humanidade. Aliás, os poucos humanos que aparecem no filme parecem tão presos às suas funções que soam mais robóticos que Roz. Isso mostra a importância de se estar aberto a aprender coisas novas, pois Roz se tornou especial ao aprender habilidades fora daquelas “programadas”.

Como já mencionei, apenas o primeiro livro da trilogia que inspirou o filme foi publicado no Brasil. Mas, como o final do filme deixa aberto para uma continuação, a qual foi confirmada por Sanders em 12 de outubro de 2024 e já está em produção, seria ótimo se os outros livros fossem traduzidos logo. Acho que está na hora de publicar The Wild Robot Escapes e The Wild Robot Protects no Brasil. Que tal, Editora Intrínseca?

Robô Selvagem também conta com nomes no elenco como Mark Hamill, Catherine O’Hara, Bill Nighy e Stephanie Hsu. A produção é de Jeff Hermann e a produção-executiva de Dean DeBlois. O filme estreou nos cinemas brasileiros em 10 de outubro de 2024 e atualmente está disponível para aluguel e compra digital no Prime Video e YouTube Filmes.

Nota: 10

Confira o trailer:

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