Teocracia em Vertigem é lançado no mesmo ano em que o grupo Porta dos Fundos sofreu tentativas de censuras e ataques terroristas. O título é uma paródia óbvia de Democracia em Vertigem, documentário brasileiro indicado ao Oscar da brasileira Petra Costa (que faz até uma participação rápida no filme).
O filme está disponível no Youtube e compartilhamos o filme no fim desta crítica. Se você ainda não assistiu, vá direto para lá e depois volte para ler o texto. 🙂
++ Já viu ‘Porta dos Fundos – A Primeira Tentação de Cristo’?
Desta vez, o grupo de humor prova que amadureceu em relação aos seus dois últimos especiais de Natal. A produção tem nitidamente mais recursos e ganha um atributo extra: as participações especiais com direito a Hélio de La Peña, Yuri Marçal e integrantes do consagradíssimo Choque de Cultura. Além da própria Petra, não é pouco.
Muitas vezes, o excesso de referência nos tira do foco da história principal. Mas o foco em Teocracia em Vertigem não são os integrantes originais, mas o pseudodocumentário sobre a crucificação de Jesus Cristo e o paralelo com a história recente do Brasil. Impeachment X Crucificação. E que fique claro: a metáfora da crucificação não faz referência a presidente (injusta e ilegalmente) deposta Dilma Roussef, mas a própria democracia do Brasil.
O grande significado do filme é a comprovação (precisava?) de que o grupo passa longe da gratuidade ou banalização de piadas com o cristianismo. Afinal, uma democracia deve ser levada menos a sério do que uma religião? A resposta é não. A mensagem de Teocracia em Vertigem é exatamente esta. E se te ofende, recomendamos que não assista.
O filme acerta em vários momentos, mas escorrega ligeiramente no final e pode parecer um pouco longo ao espectador. De decepcionante, a música final que não parece pegar como a de outros filmes do gênero. Nada que torne Teocracia em Vertigem menos necessário.
Nota: 7
Assista Teocracia em Vertigem: